“Não somos mais o país dos desdentados” disse o Dr. Isaac Melo em entrevista, confira

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 O Dr. Isaac de Melo, atualmente atua como especialista em ortodontia na Rede Central do Dente Juazeiro e Petrolina, graduado em odontologia pela Universidade Tiradentes, Especialista pelo Famosp/ABO e atualização pela universidade de Nevada nos EUA. Tem postura dinâmica e empreendedora , líder efetivo e criativo, busca sempre grandes desafios, tendo sua formação multidisciplinar voltada para área humanitária.

Em entrevista para o Portal Preto no Branco, ele fala sobre diversos temas ligados à saúde bucal,  acesso aos dentistas, perda dentária, entre outros.

Confira esse bate-papo:

Entrevista- Por Sibelle Fonseca

PretoNoBranco: O que precisamos para ter uma boa saúde bucal?

Dr. Isaac Melo: A escovação diária é de extrema importância, pois é considerada a melhor forma de prevenção de doenças como cáries, gengivite, periodontite e outros problemas na boca, além de ajudar a prevenir o mau-hálito (halitose). Fazer a higiene bucal é importante em todas as idades. Também não podemos esquecer de usar o fio dental. Fazer uma dieta balanceada e visitar o seu dentista de 6 em 6 meses também garante uma boa higiene oral.

PNB: Segundo dados de 1998 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 27,9 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista. A que se deve esse baixo índice?

I.M: O acesso ao dentista ainda é um tabu a ser quebrado, milhões de brasileiros não vão ao dentista muitas vezes por falta de informação. Em 2003 foi criado o Programa Federal Brasil Sorridente que elevou bastante o número de brasileiros com acesso aos ambulatórios, mas ainda estamos muito longe do ideal.

PNB: Por muito tempo o Brasil foi considerado o país dos desdentados, isso ainda é uma realidade?

I.M: Não somos mais o país dos desdentados, hoje com o Brasil Sorridente que tem uma política voltada para saúde bucal em geral, não só para extração dentária como antigamente, mas para a recuperação total da saúde oral através dos Postos de Unidade Básica de Saúde e do Centro de Especialidades Odontológicas CEO, que estão espalhadas pelos municípios brasileiros.

PNB: A perda dentária precoce é também um problema considerável. Cerca de 45% dos adolescentes na faixa dos 18 anos já não possuem todos os dentes na boca. A o que você atribui isso?

I.M: A perda dentária hoje em dia é causada principalmente pela desinformação, já que a odontologia evoluiu a tal ponto que hoje temos todo o aparato tecnológico tanto na rede pública como na privada para salvar aquele dente que “não serve mais”. Muitas vezes o paciente não quer se submeter a tratamentos mais demorados e prefere a extração por ser mais fácil e rápido, não avaliando os futuros prejuízos.

PNB: O acesso ao profissional odontólogo era mais restrito a pessoas das classes mais altas. E hoje, a população mais carente tem acesso a esse serviço?

I.M: O serviço odontológico hoje atinge todas as camadas sociais, já que o governo possui um programa de atenção à saúde bucal. A chegada de planos odontológicos também popularizou o atendimento que era restrito aos mais ricos. Hoje temos uma odontologia que cabe no bolso de todos os brasileiros.

PNB: Quais os cuidados que a mulher grávida deve ter na gestação? E com o recém nascido?

I.M: As grávidas devem fazer visitas ao dentista em um espaço de 3 em 3 meses após a descoberta da gestação e fazer a parte preventiva e curativa para evitar a evolução de infecções bucais, já que na gravidez há maior facilidade de adquirir cáries e gengivites. Quanto aos recém nascidos, as mães devem fazer a limpeza da gengiva do bebe com uma fralda umedecida em água filtrada logo após a amamentação.

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PNB: Quando deve ser a primeira ida ao dentista? Os “dentes de leite” podem ser extraídos em casa?

I.M: A primeira visita ao dentista deve ser feita assim que saírem os primeiros dentes de leite, assim o profissional vai fazer toda orientação adequada de higienização para os pais e fazer possíveis intervenções.
Os dentes de leite podem ser extraídos em casa sim, tendo em vista que o mesmo já esteja em um grau bem amolecido para que não cause nenhum dano à criança.

PNB: O medo do dentista é uma dificuldade de muitas pessoas. Qual a origem deste medo e o que pacientes e dentistas devem fazer para superá-lo?

I.M: O medo geralmente vem de algum trauma ligado à infância ou alguma experiência de dor forte ou desconforto. Para que essa memória seja evitada, o profissional e o paciente devem estabelecer uma relação de confiança. Conversar com o paciente é de extrema importância no momento de estabelecer o vinculo de confiança, deixando sempre claro o procedimento que será adotado.

PNB: O “motorzinho” angustia muito. Apavora até. A tecnologia não avançou ainda para meios mais modernos?

I.M: A odontologia hoje conta com grandes avanços para quebrar esse medo que ainda existe de dentista, o que dificulta é o alto valor dos materiais que fazem menos barulho e que o paciente sinta menos dor. Ainda não existe um incentivo fiscal para essa área, o que acaba dificultando a chegada de novas tecnologias. Aqui na região a Central do Dente conta com um aparelho inovador em anestesia sem dor que é único na região norte, é a tecnologia a serviço dos pacientes para minimizar os traumas.

PNB: Como dever ser feita a escovação? Os cremes dentais comuns, comprados em supermercados, são eficazes?

I.M: Os cremes dentais que são oferecidos no mercado são eficaz sim, o que devemos atentar é a indicação de cada um deles. A escovação para ser bem feita deve durar no mínimo 2 minutos e deve ser feita com leveza e atenção, com movimentos de vai e vem sem velocidade para não machucar a gengiva. Após a escovação dos dentes é preciso escovar a língua e fazer o uso do fio dental.

PNB: Que avaliação você faz do serviço público de odontologia oferecido em Juazeiro e Petrolina?

I.M: O setor público ainda passa por grandes desafios, mas contamos com um quadro de profissionais qualificados e capacitados atendendo na rede pública de saúde, as falhas são na questão da gestão, na distribuição de materiais para atendimento e ajustes de demandas, que acaba prejudicando o atendimento da população. Os governos ainda não têm metas definidas de curto, médio e longo prazo para melhorar a saúde bucal na nossa região.

PNB: E no setor privado? O serviço tem acompanhado a evolução da tecnologia? Os profissionais estão atualizados?

I.M: No setor privado a tecnologia agregada à capacitação, vem colocando em destaque os municípios de Juazeiro e Petrolina, visto que é o polo que mais cresce em odontologia na região Norte. Temos hoje 4 escolas de formação de cursos de pós graduação e cursos rápidos que colocam nossos profissionais em constante atualização e renovação da suas práticas.

Dr.Isaac Melo
CRO 11489

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