Crime pela Internet: Secretário de Governo de Juazeiro presta queixa contra internautas por ofensa e ameaça

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Na tarde desta quinta-feira (31), o Secretário de Governo de Juazeiro, Clériston Andrade, prestou queixa na Delegacia de Juazeiro, contra duas pessoas que nas redes sociais usam os perfis de Cléber Jesus e Augusto Justo, também conhecido como “Erry Justo”, por ofensa à honra e à imagem.

Segundo o boletim de ocorrência, o secretário relatou que os dois, passaram a comentar e compartilhar suas postagens nas redes sociais, com ofensas e mensagens de ódio. De acordo com a denúncia, Cléber Jesus teria publicado mensagens, acusando-o de intolerância religiosa, machismo e comparando-o com um ser “satânico, arbitrário e perverso”.

(Reprodução Facebook)

Já o internauta, também acusado,”Erry Justo”, teria chamado Clériston Andrade de “babaca ameaçando-o implicitamente quando diz que “torce pela volta do DOI-CODI( órgãos de inteligência e repressão do governo brasileiro durante a ditadura militar, acusado de torturas durante o regime) dizendo que faria parte da “catança”, deixando registrado também que tem “asco de comunista”, sendo que o secretário é membro do Partido Comunista do Brasil.

(Reprodução Facebook)

O PNB conversou o Clériston Andrade, que nos relatou estar sendo, constantemente, perseguido nas redes sociais pelos dois acusados, que representam um grupo que se intitula de “Conservadores”, apoiadores de Jair Bolsonaro e que faz uma oposição “rasteira e irresponsável” ao governo que o secretário representa, utilizando os “sub-mundos” da redes sociais para atacar entes da gestão e o próprio gestor, se referindo aos grupos de WhatsApp.

“Tudo tem limite, até mesmo a liberdade de expressão. Uma coisa é expor uma opinião, outra é atacar a pessoa, com termos chulos, carregados de ódio e ofensivos. Sou servidor público e estou aberto as criticas e julgamentos, mas, antes de tudo sou um cidadão, um profissional, tenho família e um nome a zelar. Não é de agora que pessoas desse grupo, e seus simpatizantes, me patrulham, perseguem e ofendem. Até então, mantive minha serenidade e compreendi a ira dos raivosos, mas o direito deles de me ofender, esbarra no meu direito de buscar a lei, porque confio nas instituições”, enfatizou o secretário.

Ele disse também que até mesmo sua filha, de 16 anos, foi atacada por outro integrante do mesmo grupo, um professor universitário, porque a adolescente fez uma postagem em sua página pessoal, criticando quem utiliza a rede, para “espalhar um monte de mentiras, influenciando ódio na vida das pessoas”, considerou.

“Vejam até que ponto chegaram os ataques a mim. Usaram minha filha para me atingir, envolvendo uma menina em  questões ‘politiqueiras’, pessoais e expondo uma adolescente.”

De acordo com o secretário, o professor reconheceu o erro e se retratou, também pelas redes sociais, após ser repudiado por alguns colegas de profissão, como consta no pedido de desculpas, confessando que “errar é comum ao ser humano”.

A retratação convenceu o secretário, que desistiu de incluí-lo na lista dos acusados prestada na polícia.

“Recebi e aceitei o pedido de retratação do professor.Vida que segue. Os demais casos estão entregues à Polícia Civil. Que amadureçamos e preservemos a democracia como um valor inegociável”, arrematou Clériston Andrade.

O PNB entrou em contato com Cléber Jesus, que afirmou não ter conhecimento sobre a queixa crime e se declarou inocente. “Não agredi ninguém. Não houve agressão da minha parte”, disse.

O outro internauta acusado de ofensa e ameaça, Erry Justo, não foi localizado por nossa reportagem.

A Polícia agora vai apurar os fatos e encaminhar o caso à Justiça.

O Secretário Clériston Andrade publicou um texto sobre o ocorrido, em sua página de Facebook.

Veja na íntegra  

 

Na vida e na política, divergências são saudáveis. É a partir delas que se constrói um ambiente democrático. Todavia, os espaços para quem tem opinião vêm sendo minados no Brasil da “nova era. Ela tem a merca da visão única de mundo, da intolerância e da rejeição violenta às críticas.

No país que emergiu das urnas, ataques “ad hominem” viraram moda. Ninguém discute mais ideias, mas pessoas e, nesta onda, gente de índole duvidosa foi empoderada e saiu das cavernas da maldade.

Nos últimos dias, venho sendo alvo de pessoas com este perfil. Nas redes sociais, já fui xingado, caluniado e acusado até de ter posses com as quais nunca sonhei.

Um professor universitário, um recruta da Polícia Militar, um radialista e três músicos encabeçam os ataques, por vezes, escondidos sob uma sigla dita conservadora. Eles distorcem palavras, isolam frases e atacam, atacam, atacam com o ódio que os caracteriza.

Hoje, o nível mais baixo foi atingido. Minha filha de 16 anos teve suas publicações compartilhadas por um professor de idade já avançada, bolsonarista, que questiona sua educação.

Sara é minha maior dádiva. Ela tem opinião própria e não tem medo de expressá-la, assume posições políticas e, como é próprio de uma adolescente, por vezes se excede. Mas a criei para a liberdade, para não deixar se subjugar por ser mulher e não se intimidar diante de quem ousa gritar com ela. E ela é assim e me orgulha por ser assim.

Não para por aí. Estas pessoas, de maneira desonesta, tentam reinterpretar uma charge que postei e que faz clara ironia com o governo atual, envolto em problemas com a justiça e pelas suas relações com milicianos. Tentaram passar a impressão de que eu fazia piada com vítimas de Brumadinho, mas só revelaram a incapacidade de interpretação de texto, somada à uma má-fé que caracteriza a ultradireita brasileira.

Tais “conservadores, defensores dos valores cristãos” deviam estar em Marte quando o seu “mito” desejou que a ex-presidente Dilma morresse “de câncer ou enfartada”. Tão solidários e humanos, nada disserem quando se exaltou a memória de Ustra, um homem que torturava mulheres colocando ratos em suas vaginas.

Sempre me posicionei. Não tenho e não terei medo de continuar me posicionando contra o que considero reacionário, ultrapassado e injusto.

Mas tem mais desonestidade intelectual. A história da ministra no pé de goiaba, vocês se lembram, foi ridicularizada no país inteiro. Só depois se revelou o episódio do abuso sexual que sofrera na infância. Ocorre, porém, que os prints já haviam sido feitos e eles os usam sem explicar contextos.

Damares tem minha oposição porque nada nela lembra o verdadeiro Evangelho. Suas práticas e mensagens, revelam profundo desprezo pela verdade das Escrituras. Como ministra, propõe políticas absurdas, propaga preconceitos e alimenta ideias completamente desconexas da realidade. Não posso fazer oposição? Tenho que ficar calado só porque ela é evangélica e eu sou protestante?

Sobre outros ministros do atual governo, tenho divergências flagrantes e, como a democracia ainda não foi oficialmente revogada, as expresso. Mas eles se ofendem porque estão abraçados com um projeto de poder autoritário e se convenceram que, a partir de 1 de janeiro, se tornaram donos do país. Ledo engano.

Existe também o âmbito local. É por ele que muitas coisas se explicam. Não me odeiam pelas minhas ideias, mas porque têm sede de poder e acumulam derrotas consecutivas para o grupo que pertenço. Tal problema não deveriam tentar resolver comigo, mas com as urnas.

Do alto da pseudo-moralidade conservadora, eles se abraçam e mergulham na própria hipocrisia. Tem de tudo entre eles, até quem já seja condenado por um ato odioso!

O que fizeram não ficará impune. Procederei queixa-crime contra todos e, espero, que a justiça os faça lembrar que vivemos num estado democrático de DIREITO, não DE DIREITA.

Recebi e aceitei o pedido de retratação do professor. Vida que segue.

Os demais casos estão entregues à Polícia Civil.

Que amadureçamos e preservemos a democracia como um valor inegociável.

 

Da Redação

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