Politicagem, ratos, muriçocas, oposição e Juazeiro, por Sibelle Fonseca

5

 

Ratos ou muriçocas, não sei dos dois qual o que mais me incomoda. Ambos oportunistas, nojentos e infernizadores. Você já pensou que a mesma muriçoca que pica você, pica um monte de gente? E que os ratos passeiam nos mais diferentes lugares? Do lixão, ao seu fogão? A muriçoca ama a falta de saneamento e os canais sujos. Os ratos também. Ratos e muriçocas estão por toda parte.

Por ter pavor ao oportunismo, resolvi escrever este texto após acompanhar a saga da Muriçoca Gigante. Aquela feita por um artista que, de tão indignado, como eu, com a invasão deste inseto em Juazeiro, usou sua arte para protestar. (Ele me disse que nem pensou em fazer protesto. Era só uma brincadeira para gravar um vídeo). Na minha arte de escrever, elas (as muriçocas) sempre são protagonistas. Não foram poucas as vezes que, no meu fazer jornalístico, intimei o gestor municipal da época para que se responsabilizasse por elas e desse cabo nas infelizes, que nos importunam e por demais. Cacete! Como eles são incompetentes na tarefa de nos livrar delas!

Lembro que na época de Durval Barbosa, Arnaldo Vieira, Joseph Bandeira e Misael Aguilar, eu era obrigada a dormir com mosquiteiro (coisa que eu odiava), e em casa, as noites eram incensadas com bosta de gado, para afastar as infelizes. Tinham uns espirais em toda casa, chamados “Boa noite” e “Sentinela”, só pra se ter uma ideia do poder das muriçocas, que sempre moraram em Juazeiro.

Como tenho o hábito de trabalhar na noite/madrugada, entre um texto e outro, xingo o prefeito da vez. Penso que este de agora, o Bomfim, é imune as muriçocas e por isso nem se dá ao trabalho de combatê-las. Deve dormir no ar-condicionado no máximo, sem nem se preocupar com a conta de energia. Tem mais de um ano que não vejo o carro fumacê na minha rua. Xingo, até a última geração do gestor da vez, por não resolver este problema que atravessa décadas e já virou piada.

Uma piada contada por Rafael, o moço que fez a escultura da muriçoca. A mesma muriçoca infeliz que Manuca Almeida dramatizou tão marcantemente nos seus versos, ironizando esse mal que parece não ter fim em Juazeiro.(Nem em Petrolina também. Outro dia deixei uma cerveja cheia, em um barzinho muito legal, por não aguentar as muriçocas de lá). Elas infernizam mesmo e muito!

Mas eu, uma incomodada e protestante contumaz contra as muriçocas, me rebelo agora contra os ratos que querem usar o artista da muriçoca e elas próprias (as muriçocas), com finalidade politiqueira e vil. Hábito comum de quem não estando no poder, e o querendo a todo custo, são injustos ao ponto de ter como pontual, um velho problema.

Ah, façam-me o favor! Só se eu fosse desatenta, desmemoriada, e sem pele, acreditaria nesta preocupação dos ratos de agora, que vivendo entre os seus iguais, e também entre muriçocas, querem usar o pobre inseto para aparecer e atacar.

Eu quero é me livrar deles, das muriçocas e dos ratos de plantão. Também dos oportunistas que, valendo-se da condição de opositores, usam um artista, um inseto, usam qualquer coisa ou condição para dizerem que são melhores do que jamais foram.

Durval Barbosa, Arnaldo Vieira, Joseph Bandeira e Misael Aguilar, ressuscitem, reapareçam, e vamos resolver esse problema.

Bomfim, acorde, seu pessoal quer combater a muriçoca com censura, é? Não vale, não combina, e foi feio. Elas estão vivas e nos picam, cada dia, mais vorazes. Elas viraram super-muriçocas. Como a do artista que, tendo a sua muriçoca censurada, destruída irresponsavelmente, e por inabilidade da sua gestão, criou uma outra ainda maior e mais potente.

Dizem que ele vai levá-la ao desfile do 7 de Setembro, quando os ratos vão se importar com as muriçocas e fazer delas bandeira de campanha politiqueira, como fazem os oportunistas.

Eu? Eu só queria passar minha noite/madrugada livre delas e, em minha vida toda, livre deles, os ratos.

Por enquanto, eu só posso lembrar que elas sempre existiram. Por uma questão de justiça e de abominar oportunistas. Tanto os ratos, quanto as muriçocas.

Fiquemos atentos, tem muitos ratos por aí e muitas muriçocas também. Para elas, inseticidas. Para eles, discernimento!

Vai um Baygon, aí?

 

Da Redação por Sibelle Fonseca

5 COMENTÁRIOS

  1. Sibele, sou do seu tempo de brincar na praça da igreja e de estudarmos no imaculada Conceição, pois bem, até concordo em parte com seu texto quando fala que muriçocas sempre existiram e que dormíamos embaixo dos famosos musquiteiros, mas naquela época as muriçocas tinham um período em que elas aparecia, hoje às muriçocas são constantes noites e por incrível que pareça até de dia, pois este governo com sua incompetência não vem fazendo o seu trabalho de combate às muriçocas, cadê os carros fumacê? Cadê a limpeza dos canais? Cadê a limpeza da cidade? Nada disso existe Sibele, pois os recursos do povo de Juazeiro está sendo usado para contratar os verdadeiros ratos que vc sita no seu texto, este governo é incompetente em todas as pastas, saúde, educação, trânsito, limpeza e gestão, como um governo desse vai colocar o atendimento de crianças na UPA junto com adultos e todos os tipos de bacterias, como tuberculose, pneumonia etc, por aí vc tira a incompetência do governo que apesar dizer que é de esquerda mas é ditador, perseguidor e capitalista.

    Sobre os ratos da oposição não os vejo assim, sobre os oportunistas também não vejo, vejo muitos deles como pessoas do bem que sofrem dia e noite com muriçoca, baratas, ratos, carrapatos e demais pragas que não vem sendo combatidos por incompetência.
    Quando a mesma se refere a oportunistas generaliza e coloca pessoas do bem quem apesar de lhe ter o respeito por sua escolha política merece o respeito por parte da sua pessoa.

    Não me alongarei mais pois as muriçocas não deixam.

DEIXE UMA RESPOSTA

Comentar
Seu nome