Disputa por comando e verba está por trás da artilharia do grupo de Bolsonaro contra o PSL

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(O candidato Jair Bolsonaro no debate promovido pela Band, no dia 9 de agosto Foto: Nelson Almeida / AFP)

Há um bom tempo, o PSL virou palco de uma disputa interna entre o grupo mais fiel ao presidente Jair Bolsonaro e o grupo de dirigentes da sigla que dá sustentação ao deputado Luciano Bivar (PE) no comando da legenda.

Mas o que ninguém no partido esperava é que essa guerra interna fosse exposta publicamente, sem qualquer tipo de filtro, por Bolsonaro. Nesta terça-feira (8), ao conversar com apoiadores na portaria do Planalto da Alvorada, o presidente criticou publicamente Bivar e o PSL.

O que está em jogo por trás dessa disputa é o controle da máquina partidária que inclui uma verba milionária. Antes de Bolsonaro, o PSL era um partido nanico. Mas na esteira do fenômeno Bolsonaro em 2018, a legenda elegeu 52 deputados federais (atualmente já são 55 deputados – sendo dois licenciados).

Com mais de 10% de representação da Câmara dos Deputados, a expectativa é que no próximo ano, só de fundo eleitoral, a legenda receba mais de R$ 200 milhões.

Não é de hoje que o grupo de Bolsonaro quer ter o controle absoluto do partido, mas esbarra na resistência de Bivar. Por isso, cresce o movimento desse grupo para deixar a legenda. Mas há o reconhecimento dos dois lados de que essa saída trará prejuízos para todos no partido.

Para levar pelo menos parte desses recursos e do tempo de televisão, seria preciso encontrar uma chamada “janela de infidelidade”, o que poderia acontecer com a criação de um novo partido ou a fusão de legendas. Caso contrário, os deputados não levariam para outra legenda já existente recursos e tempo de televisão.

“Para Bolsonaro pode ser algo simples. Mas quem está na disputa por uma prefeitura, será muito ruim perder essa estrutura partidária. O presidente teria que pensar mais nos seus aliados e tentar acomodar essa situação”, desabafou um deputado do PSL ao blog.

Ao mesmo tempo, Bolsonaro também acabou abrindo um flanco para receber críticas internas. Ao atacar deputado Luciano Bivar, que está sendo investigado por um esquema de candidatas laranjas no PSL de Pernambuco, também passou a ser atacado por deputados do partido.

Além de manter no governo o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que também é investigado por um esquema de candidatas laranjas, Bolsonaro começa a ser alfinetado por integrantes do PSL sobre a investigação de movimentações atípicas do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), quando era deputado estadual do Rio de Janeiro.

G1

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