“Sabotagem”, diz presidente da Comissão Especial da OAB/Juazeiro sobre denúncia envolvendo perito do Caso Beatriz

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Em reportagem publicada nesta quarta-feira (16), o PNB mostrou, com exclusividade, as falhas apontadas pelos pais de Beatriz Mota, em relatório entregue à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, em Brasília, que apontam uma apuração insuficiente e a parcialidade de agentes do Estado no trabalho de investigação do caso. O documento apresenta uma série de denúncias sobre os trabalhos de elucidação do caso.

Constam no relatório as seguintes denúncias: ausência de interdição do colégio após o crime; a falta de perícia na sala de balé, local próximo ao depósito de material esportivo onde o corpo da criança foi encontrado; ausência do exame toxicológico na criança, o que deixaria em aberto a dúvida sobre como o corpo foi encontrado sem sangue, já que o laudo afirma que ela foi golpeada com 42 facadas; laudos inconclusos das roupas de Beatriz para comparação com material de DNA de possíveis suspeitos; laudo inconcluso das roupas sujas de sangue de um dos suspeitos do crime, entre outros pontos questionados (leia a matéria na íntegra).

(foto: Semário Andrade/PNB)

Nesta quinta-feira (17), em entrevista ao programa de web rádio Palavra de Mulher, Jayme Badeca, presidente da Comissão Especial da subseção OAB Juazeiro, criada em 2017 para acompanhar o caso, classificou como grave a denúncia de que o perito que emitiu laudos sobre o assassinato de Beatriz, Diego Henrique Leonel de Oliveira Costa, atualmente chefe de perícia do Departamento de Polícia Técnica de Pernambuco, prestou serviço ao Maria Auxiliadora na montagem do plano de segurança da escola, através de uma empresa de Recife, trabalho que foi realizado após o crime.

“Isso é uma sabotagem da escola. Eticamente, isso é impraticável. Um conflito gravíssimo de interesses. Pode haver crimes no meio de tudo isso, o que deve ser apurado”, disse. A investigação paralela foi realizada pelos próprios pais de Beatriz, Sandro Romilton e Lucinha Mota.

Badeca também questionou a atuação do Governo de Pernambuco e da Polícia Federal do estado. Segundo ele, “houve muita negligência e cumplicidade” no processo de elucidação do caso.

“São volumes de inquéritos que estão sendo produzidos para desviar o foco o tempo todo”, acrescentou Badeca, que afirmou ainda que o governador do estado, Paulo Câmara, não está comprometido com a investigação.

Para o presidente da comissão, “Não há outro caminho, há não ser a federalização do caso”.

Leia na íntegra: Caso Beatriz: Investigação paralela dos pais descobre que perito que emitiu laudos, prestou serviço particular ao Colégio Auxiliadora

Assista a entrevista na íntegra

Da Redação

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