Em texto de opinião, publicado nesta sexta-feira (13) no PNB, a jornalista e editora do Portal, Sibelle Fonseca, fez críticas ao formato da 22° edição do Festival Nacional Edésio Santos da Canção, promovido pela Prefeitura de Juazeiro, que teve início na noite de ontem (12), em Juazeiro-BA.
Com o título, “Decepção: Transformaram o Festival Edésio Santos em festa privê”, a editora enumerou algumas “novidades” no formato do evento, realizado na Orla Nova da cidade, que não mais permite o comércio de ambulantes, o acesso de pessoas com cooler, e também passou a cobrar pelo estacionamento, além de criticar também os valores das bebidas comercializadas em apenas um local, que fez parceria com a organização do festival.
“Procurando estacionamento, na área pública, fui avisada que a vaga custava R$5,00. Desci do carro e vi um jovem com um coller (de piquinique) ser abordado, com o aviso de que era proibido. Era proibido entrar até com seu isopor carregando o que beber.”, declarou Sibelle Fonseca em um trecho do texto.
O assunto foi repercutido durante a transmissão ao vivo do Programa Palavra de Mulher/web, apresentado pela jornalista, com participação da audiência. Ao ser citado como exemplo de esforço e dedicação a organização do evento, o Gerente de Cultura da SECULTE, Ramon Raniere, se manifestou e rebateu as criticas feitas pela apresentadora.
Em um comentário postado durante a transmissão, Ramon declarou que “O Festival Edésio Santos da Canção acontece na Orla II da mesma forma que acontecia quando o mesmo era realizado no Centro de Cultura João Gilberto, de forma gratuita, feito para as pessoas. O que existe é um ordenamento, mas a prefeitura não cobrou nada de ninguém. Não houve orientação para entrada ou saída de pessoas com cooler. Existe uma orientação a não permitir bebidas em garrafas e os coolers costumam trazer garrafas. Por isso algumas pessoas podem se chatear. Mas a orientação é apenas de não permitir vidro na área dos shows. Vamos procurar ajustar isso hoje, para que ninguém se sinta prejudicado”, escreveu Ramon.
O gerente de cultura afirmou ainda que “O estacionamento é livre. Se alguém se predispõe a pagar, fica a cargo de quem paga. Existem pessoas que vivem de olhar carros em qualquer lugar. É bom que haja organização do estacionamento. A gorjeta a pessoa dá se quiser. Amigos meus, por exemplo, estacionaram e não pagaram. Ninguém é obrigado a pagar àquelas pessoas que se dispuseram a ajudar na organização do estacionamento”, acrescentou.
Ramon finalizou concordando que houve alguns contratempos durante a primeira noite do evento. “Foi o primeiro dia, em um novo formato, com uma estrutura maior, por conta do show de Geraldo Azevedo. Tivemos alguns contratempos e o atraso aconteceu. Mas não concordamos que tenha tirado o brilho do Festival Edésio Santos da Canção. Estamos já trabalhando pra que hoje comecemos no horário normal, sem que haja nenhum prejuízo para participantes e público”, finalizou.
No entanto, a informação do gerente sobre a não cobrança do estacionamento, não procede. Não eram “pessoas que vivem de olhar carros em qualquer lugar”, mediante “gorjeta” que a “pessoa dava se quisesse”. Segundo informou uma representante do serviço de estacionamento que estava atuando no local, a jornalista Sibelle Fonseca, “o espaço público fora arrendado” e a cobrança de R$ 5 reais foi feita e paga por quem buscou uma vaga.
A não proibição da entrada de cooler no espaço, também não procede. O gerente informou que “Não houve orientação para entrada ou saída de pessoas com cooler”, mas várias pessoas foram abordadas e até deixaram o festival, por ter levado sua bebida de casa.
Prova disso é que, em nossa página oficial do Facebook, o leitor Leonardo Souza, o jovem citado no texto de Sibelle Fonseca, que tentou entrar no festival, portando o isopor de geladinhos, ratificou a informação.
“Fui abordado 4x durante as duas horas do evento em que estava presente, rindo das tentativas de intimidação de um membro da equipe produtora e alguns seguranças. Duas dessas abordagens foi exatamente por eu ter cometido a audácia de beber da cerveja que eu havia trazido de casa. A intenção era realmente me privar da liberdade de consumir algo que comprei com meu dinheiro (óbvio que não ali), apreciando um festival tradicional de Juazeiro, realizado com verbas públicas e num local público. Outros amigos e conhecidos ambulantes, estudantes universitários que precisam complementar a renda, etc, foram intimidados e retirados da praça, podendo somente ficar do outro lado da rua. O festival se tornou nada mais que o sonzinho ao vivo de certo bar elitizado. E isso por si só é preocupante e triste”, lamentou Leonardo.
Da Redação
Veja o texto na íntegra:
Decepção: transformaram o Festival Edésio Santos em festa privê, por Sibelle Fonseca
Ontem mesmo o estacionamento continuava por R$ 5 , inclusive com pessoas uniformizadas e tudo…Embora existisse lugares próximos liberados.
Eles já acabaram com o carnaval,com o desfile de 7 de setembr,mas isso é pouco tem que acabar com o edésio também,parabéns e obrigado por deixar nossa cidade mais triste a cada intervenção da prefeitura.
É à doação do espaço público para a iniciativa privada!
Mudaram o sentido do trânsito, suprimiram dezenas de vagas de estacionamento, tudo para bajular um lugar que vende cerveja grã fina, não para melhorar o bem estar dos cidadãos, pois até a faixa de caminhadas foi extinta!