Escolas do Nordeste têm as melhores notas na redação do Enem 2015

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As notas por escola do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015, divulgadas nesta terça-feira, revelam a força do Nordeste na redação, a única prova discursiva da avaliação. Dentre as dez escolas com as maiores notas nesse teste, seis são daquela região: quatro de Teresina, no Piauí, e duas de Fortaleza, no Ceará. Do Rio, o Colégio Cruzeiro aparece entre as dez melhores, com a unidade do Centro em sétimo lugar e a de Jacarepaguá na décima colocação.

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Em primeiro lugar, com média impressionante de 920 pontos de 1000 possíveis, ficou o Instituto Educacional São José (unidade Mocambinho), de Teresina, seguida por outra escola da capital do Piauí, o Instituto Dom Barreto, com 897,4 pontos. Em terceiro e quarto, aparecem, respectivamente, o Colégio Antares Pré-Vestibular, de Fortaleza, com 887,3 pontos, e o Educandário Santa Maria Goretti, mais uma escola de Teresina nesse ranking, com 870,2 pontos.

A unidade Centro do Colégio Cruzeiro, no Rio, ficou em sétimo com 860,4 pontos, e a unidade Jacarepaguá ficou com a décima melhor nota, com 859,7 pontos. As escolas de São Paulo, que aparecem bem colocadas no ranking que leva em conta apenas as quatro provas objetivas do Enem, não figuram sequer entre as 30 primeiras na lista que considera somente a redação.

A nota média da prova de redação no ano passado foi 543, bem acima da média de 2014, que ficou em 491 pontos. A professora de língua portuguesa e redação Carolina Pavanelli, do Colégio e Curso Pensi, atribuiu o aumento da média diretamente ao tema proposto pela prova. Em 2014, os estudantes tiveram que escrever sobre “Publicidade infantil em questão no Brasil”. Já em 2015, o tópico sugerido pelo exame foi “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”.

— Eu considero o tema da redação de 2014 o mais difícil desde que o novo Enem começou. Publicidade infantil teve uma presença pequena ao longo daquele ano na mídia e foi uma grande surpresa. A violência contra a mulher era algo mais palpável para a realidade do aluno, além do tema ser constantemente discutido em sala de aula. É mais difícil fugir do tema quando o assunto é mais óbvio — avaliou.

Carolina ressaltou que o desempenho individual de cada escola tem mais a ver com a dinâmica adotada pela instituição a longo prazo do que o tema da prova a cada ano.

— Quanto mais cedo o aluno começar a escrever e a ter essa prática aliada à leitura, mais fácil vai ser para ele fazer a prova. A preparação para o Enem é muito direcionada para um tipo de redação, mas ter uma base sólida facilita. Ir bem na redação é uma combinação de muito treino para estar dentro das competências, aliado a uma boa dose de atualização constante em assuntos gerais — ensinou.

A melhor média na redação do Enem 2015 foi do Instituto Educacional São José, unidade Mocambinho, em Teresina. Com 17 alunos participando da prova, a escola obteve 920 pontos de 1.000 possíveis. Kerena Campelo, coordenadora de redação, ficou emocinada com o desempenho de seus alunos. Ela atribui o sucesso à importância dada a escrita desde o ensino fundamental.

— A gente já conseguiu bons resultados, mas nunca esperávamos ser os primeiros. Nossos alunos têm oficinas de redação durante o ensino médio, além de aula extra no contra turno. No ensino fundamental trabalhamos muito o texto, a nota da redação é baseada em duas correções. A primeira vez o aluno entrega e a segunda, refaz de acordo com as correções da professora — explicou Kerena.

A escola também oferece atendimento individualizado durantes oficinas. Segundo Kerena, os monitores corrigem a redação junto com o aluno, analisando as competências que foram cumpridas. Depois, as dificuldades que apareceram individualmente são passadas para o professor que desenvolve a aula coletiva em função desse feedback.

— Com o novo Enem, a cada ano vamos modificando a forma de preparar. Enfatizamos a questão da correção, para não ser superficial. O aluno precisa compreender o que errou e melhorar para a hora da prova de verdade. Não maquiamos o resultado.

O Instituto Dom Barreto, também em Teresina, ficou em segundo lugar na média de redação, com 897,4 pontos, além de ter alcançado a sétima posição no ranking geral, considerando a média das provas objetivas. A escola repete a fórmula de apostar no trabalho desenvolvido a longo prazo para conseguir resultados positivos, além de dar atenção personalizada para os alunos.

— Temos um planejamento integrado que engloba o 5° ano e culmina no 3° ano. Realizamos um trabalho quase individualizado com os alunos que é uma filosofia da escola há 30 anos. Trabalhamos com grupos reduzidos, agrupados especificamente de acordo com as dificuldades de cada aluno. É um investimento enorme, temos dez professores, reuniões semanais para análises de diaguinósticos e necessidades dos alunos que vamos identificando ao longo do ano. O cronograma é adptado de acordo com essas demandas — explicou Digenario Pessoa, professor de redação.

Para fechar o pódio de melhores notas na redação do Enem, o terceiro lugar ficou com o Antares Colégio e Pré-vestibular, de Fortaleza, que obteve 887,3 pontos. Segundo Volnei Sacardo, coordenador do ensino médio, a instituição não tem foco diferenciado em redação para o ensino médio e contempla a escrita em todas as disciplinas. Assim como as outras duas escolas, o Antares também adota a técnica de reescrita e disponibiliza atendimento individualizado.

— Acho que esse resultado vem do trabalho contínuo feito desde sempre. Aqui a escrita não é só obrigação na hora de fazer redação. De manhã os alunos assistem as aulas e de tarde escrevem sobre o que aprenderam. Quando recebe uma redação corrigida de volta, o aluno reescreve a partir das orientações da professora. Não tem como errar — garantiu.

O Globo

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