Juazeiro na Lava Jato: “Enrolação”

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Juazeiro, Isaac Carvalho, Daniel Almeida, SAAE e um senhor forte chamado Luiz. Nomes citados no vídeo gravado durante a delação premiada do executivo ligado à Odebrecht, Alexandre José Lopes Barradas. O delator explica, com detalhes, como foi o relacionamento da empresa com o parlamentar do PCdoB e com o ex-prefeito de Juazeiro, na época candidato a reeleição. Alexandre diz que durante um almoço no aeroporto de Salvador, o deputado, que estava acompanhado por Isaac Carvalho, teria feito um pedido de apoio para a campanha do seu candidato a prefeito de Juazeiro, em 2012. Nesta reunião, segundo o próprio delator, não se falou em valores e a conversa girou em torno da possibilidade de, posteriormente, a Odebrecht fazer algum trabalho na  empresa de saneamento do município.

O delator afirma que levou o pedido ao seu superior e foi programada uma “doação” não contabilizada no valor de trezentos mil reais, pago em duas parcelas. O executivo também cita o nome de um senhor moreno e forte, chamado Luiz, que teria recebido as senhas para resgatar o valor em uma casa de Câmbio no Shopping Itaigara. Ele diz que o Luiz seria o então secretário de obras de Juazeiro e representava o candidato Isaac Carvalho.

Mais adiante, o delator demonstra o desapontamento que teve, na época, quando procurou o mesmo secretario de obras para que a empresa executasse serviços junto ao SAAE e, após alguns contatos, sentiu que a agenda era de “enrolação”, termo usado várias vezes por Alexandre.

Na fala do delator ele chega a dizer que o SAAE tinha problemas de arrecadação e de distribuição de água e levantava a possibilidade de privatização da empresa municipal. Alexandre diz que sentiu má vontade do representante da prefeitura em fazer alguma parceria com a Odebrecht e diz claramente que “esses governos de esquerda” são influenciados por sindicatos, o que acabam dificultando determinados processos.

Por fim e ao cabo, para quem assistiu ao vídeo na íntegra e com atenção, fica claro que a Odebrecht se decepcionou com Juazeiro, se sentiu “enrolada”, mas ainda assim chegou a cobrar de Daniel Almeida que interferisse na situação, um pleito que não teria ido adiante, pois o parlamentar nada fez para intermediar, diz o delator.

A Odebrecht não realizou nenhum serviço em Juazeiro da Bahia. Então, pelo que diz o delator, pagou e não levou.

O que pega na questão é a doação para campanha não contabilizada, o que seria o famoso caixa dois, que como o próprio Marcelo Odebrecht afirmou, é comum em campanhas eleitorais no Brasil. Disse o executivo: “Eu não conheço nenhum político no Brasil que tenha conseguido fazer qualquer eleição sem caixa dois. Não existe ninguém no Brasil eleito sem caixa dois”.

Caixa dois, é crime eleitoral.

Confira o vídeo

Em nota, Isaac Carvalho nega ter negociado ou recebido doação da Odebrecht

“A acusação não tem nenhum fundamento. No próprio vídeo, o delator deixa claro que não mencionou valores na breve reunião em que discutíamos a possibilidade de investimentos no SAAE. Todas as doações de campanha foram registradas na prestação de contas, aprovada pela Justiça eleitoral.

Conforme também fica claro no vídeo, na fala do delator, a inexistência de qualquer contrato com a Odebrecht durante a nossa gestão comprova cabalmente que não recebemos nenhuma doação.”

 

Da redação

2 COMENTÁRIOS

  1. O Povo de Juazeiro pode e deve eleger filhos de Juazeiro, para Prefeito e Deputados , homens de bem e, não forasteiros sem amor a cidade aproveitadores se locupletando e enrriquecendo desonesta ilicitamente, às custas do suor dos trabalhadores juazeirense.

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