Sem assunto importante para pautar, Câmara de Vereadores de Petrolina(PE), discute um beijo afetivo entre homoafetivos

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Ao que parece, está faltando assunto na Câmara de Vereadores de Petrolina e a cidade vai muito bem, obrigada! Sem problemas, sem demandas da comunidade, saúde, educação e infra-estrutura vão de vento em popa. Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, graças a deus. A coisa por lá tá tão bem resolvida que um beijo entre um casal de namorados, exibido ontem, dia 12 de junho, pela TV Grande Rio, virou a pauta principal entre os edis. A casa Plínio Amorim, em pleno século XXI, se debruçou para discutir uma manifestação de afeto, no “dia dos namorados”, entre um casal homoafetivo. A polêmica em torno de um ato tão natural, partiu de um representante da “bancada da bíblia”, o indignado vereador Elias Jardim (PHS). É, pela sigla partidária um ” humanista”.

O integrante da bancada evangélica, que protagonizou recentemente outro desrespeito ao direito individual de ser o que se quer ser, quando autorizou os estabelecimentos das redes pública e privada de ensino do município, a leitura de um versículo da Bíblia Sagrada, todos os dias no início das aulas em todas as séries e turnos, sem considerar o credo de estudantes de outras orientações religiosas.

Na sessão plenária da manhã desta terça (13), Elias profetizou: “Por princípios de família e religião, eu defendo que um casal tem de ser um homem e uma mulher, como Deus fez (sic)” e afirmou que entrará com uma moção de repúdio contra a reportagem porque, segundo ele, o teor exibido “feriu princípios morais, bíblicos e familiares”.

O Elias também disse não ser contra gays, reconheceu que a emissora do sertão pernambucano presta um grande serviço à comunidade, mas classificou a reportagem produzida pela TV como “ lixo e imoral”. Vai entender!

O indignado queixou-se ainda do horário em que a matéria foi veiculada, ao meio-dia. E aí cabe uma pergunta: Na calada da noite pode, vereador? às escondidas pode? E nos recônditos da hipocrisia, pode?

A voz de Elias não foi a única. Um seu colega, também da bancada evangélica, Osinaldo Souza (PTB), apoiou sua indignação. O solidário Osinaldo se apressou em esclarecer que “não é preconceituoso”. Não, não. De jeito algum. Mas ressaltou que a matéria “impõe uma relação que nem todos concordam” e foi categórico: “A televisão errou feio.”

Será que jamais ouviram falar em respeito a diversidade? Em que era estão vivendo os nobres colegas de vereança? Conhecem a Constituição Federal, esses representantes de Petrolina? E os Direitos Humanos, já ouviram falar?

“Impressionante. Formiga enxerga tudo gigante,” como diz Antunes.

A comunidade LGBT do Vale, cada dia mais mobilizada e consciente dos seus direitos de cidadãs e cidadãos, ouviu as vozes dos edis que não representam mais o povo, em sua totalidade, e nem a lei. E já deve está se mobilizando para mostrar que “Quem não sabe rezar, dá bom dia a cavalo”.

Mas desta pauta bizarra para um Legislativo de um município do tamanho de Petrolina, em Pernambuco, extrai-se algo de positivo: A voz firme, democrática e respeitosa do Professor Gilmar Santos que reagiu, lembrando que o projeto de repúdio de Elias fere o artigo 5º da Constituição Federal, que diz “Todos são iguais perante à lei, sem distinção de qualquer natureza” e a reportagem da TV Grande Rio que contemplou todas as formas de amor.

O resto? o resto é ódio e ignorância. Longe, bem longe do que DEUS representa e é!

Da Redação/ Por Sibelle Fonseca

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