O dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual, relembra uma tragédia que ocorreu em 1973, no Espírito Santo, quando o corpo da menina Araceli Cabrera Crespo, de 8 anos, foi encontrado carbonizado. A criança foi sequestrada, drogada e estuprada.
Araceli saiu da escola, na Praia do Suá, Vitória, e, de acordo com uma testemunha, não entrou no ônibus que a levaria para casa. Seis dias depois o corpo foi encontrado, totalmente desfigurado, em uma mata próximo ao Hospital Infantil, em Vitória (ES).
O inquérito apontou como suspeitos Dante de Barros Michelini, Dante de Brito Michelini e Paulo Constanteen Helal, todos membros de famílias influentes do Espírito Santo.
Segundo denúncia do promotor Wolmar Bermudes, Dantinho utilizou da sua influência com oficiais da ditadura para não ser condenado. Eles chegaram a ser condenados em 1ª instância, mas foram absolvidos pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
O caso da morte da menina teria resultado em 14 óbitos, de possíveis testemunhas e pessoas interessadas em desvendar o crime. Denúncias de subornos a policiais e álibis forjados também estavam presentes na investigação do assassinato da menina.
18 de Maio
No ano de 2000, o Congresso Nacional aprovou a lei Federal 9.970/2000, que instituiu o 18 de maio como o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Décadas depois, os dados de violência sexual são crescentes. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada 10 minutos, uma menina ou mulher é estuprada no país. Em 2021, o Brasil registrou 733 vítimas de exploração sexual na faixa de 0 a 17 anos, índice que cresceu 7,8% em relação ao ano anterior.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022 revelam que 80% dos registros de abuso infantil acontecem no ambiente familiar, e em 82% das ocorrências, o abusador é conhecido da vítima. O relatório ainda aponta um gargalo no baixo número de denúncias.
Redação PNB