Nesta sexta-feira (18) a empresa Agrovale divulgou uma nota na imprensa, informando que adquiriu um equipamento para reduzir a queima da palha da cana.
Segundo a empresa, foi adquirida uma máquina com capacidade de produção diária de 150 fardos e recolhimento nos campos de 18 toneladas de palha de cana-de-açúcar, visando a redução da queima da palha e a incidência de fuligem nas cidades de Juazeiro e Petrolina.
O gerente responsável pela mecanização e colheita da empresa, Augusto César, disse que a máquina enfardadora foi testada e aprovada e deu prazo para que se reduza os efeitos da queima da palha “Com a aquisição desta máquina e de mais uma outra unidade, que será adquirida até abril de 2018, pretendemos reduzir consideravelmente a queima da palha em nossos canaviais”, afirmou o gerente.
Mas a nota não convenceu o movimento “Pelo Fim da Queima Indevida de Cana pela Agrovale”, criado depois das sucessivas reclamações de moradores de Juazeiro e Petrolina, incomodados pela fumaça e fuligem que se espalham pelas duas cidades.
O movimento, em nota, se manifestou sobre o que chama de “tentativa de ludibriar a população”.
Diz a nota na íntegra:
“Em relação à nota publicada pela empresa Agrovale S/A (“Agrovale adquire equipamento para reduzir queima da palha da cana de açúcar”), nos veículos de comunicação do Vale do São Francisco, o Movimento “Pelo Fim da Queima Indevida de Cana pela Agrovale”, contesta veementemente a informação e afirmamos que é mais uma tentativa da empresa de ludibriar a população, sem apresentar um cronograma de ações que, de fato, ponha um fim aos transtornos causados à população e à poluição ambiental.
A empresa apresenta uma máquina enfardadora, voltada para a produção de fontes de biomassa, como a palha da cana-de-açúcar, visando à produção, alimentação animal ou ainda a produção de energia que pode ser gerada através da palha.
A fala do senhor Augusto Cesar, gerente da empresa, deixa claro qual é de fato a intenção com essa aquisição, quando fala que a palha tem um alto potencial energético e que ” uma tonelada de palha é capaz de gerar um megawatt de energia, quase o dobro do poder calorífico do bagaço da cana. Com isso também estaremos atendendo nossa produção de bioeletricidade e fornecendo ração animal para melhoramento dos rebanhos da região”.
Ou seja, a empresa mais uma vez, pensa nos seus ganhos e não na população e no meio ambiente.
O ideal seria a empresa comprar uma colhedora de cana, que evitaria a queima da cana crua, principalmente no perímetro urbano.
Por fim, ressaltamos que não somos contra a cultura da cana, tão pouco contra a empresa Agrovale, mas não podemos tolerar que a sociedade fique somente com o ônus dessa produção.
A empresa precisa apresentar um cronograma com prazos definidos, pois entendemos que se trata de um investimento que acarretará redução nos postos de trabalho, como consequência.
Mais informações sobre a máquina adquirida pela Agrovale: http://diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=24244&secao=Pacotes%20Tecnol%F3gicos&c2=Cana-de-a%E7%FAcar
Movimento Pelo Fim da Queima Indevida de Cana pela Agrovale
Da Redação