Proprietário de prédio histórico será multado, diz Prefeitura de Juazeiro-BA

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Foto: Jucinei Martins

 

Após ter sido noticiado que mesmo com o embargo da Prefeitura de Juazeiro um prédio histórico da cidade havia sido demolido, a Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (SEMAURB) informou em nota que o proprietário do imóvel será multado.

O prédio fica localizado na Avenida Dr. Juvêncio Alves, área central de Juazeiro e já foi residência de uma família tradicional, funcionou como quartel da Polícia Militar e como estabelecimentos comerciais.

A demolição do imóvel foi concluída ontem (11) e gerou indignação em muitos moradores da cidade. “Porque não foi feito nada desde a primeira denúncia? Será que nenhuma autoridade viu o que estava acontecendo com mais um prédio histórico, que deveria ser preservado?”, questionou um leitor do PNB.

A SEMAURB declarou ainda que esteve no local e recolheu todo o maquinário.

Veja a nota da SEMAURB na íntegra:

Nota Oficial da Semaurb

A Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (SEMAURB) afirma que a demolição do prédio localizado na Rua Juvêncio Alves, Nº 100, estava embargada sim, porém o proprietário desobedeceu ao embargo. Na manhã desta segunda-feira (12) a equipe de fiscalização da SEMAURB esteve no local e recolheu todo o maquinário e manteve o embargo. O proprietário irá sofrer sanções administrativas, entre elas, multas, por ter descumprido o embargo e realizado uma demolição sem ter licenciamento para tal ato.

Relembre o fato:

O PNB registou na última quarta-feira (07) a indignação de muitos cidadãos e instituições de representação social, com a demolição de mais um prédio histórico da cidade. Na terça-feira (06), o Conselho Municipal de Cultura (CMC) de Juazeiro havia emitido uma nota de repúdio contra a demolição, enviado ofícios à Secult e posteriormente ao Ministério Público, pedindo a paralisação das atividades (clique aqui e veja a nota na íntegra).

Em nota enviada para a redação do PNB na quarta-feira (07), a Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (SEMAURB) , informou que a demolição do prédio histórico havia sido embargada e a demolição paralisada, o que de fato não ocorreu.

Também em nota, a Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Secult) de Juazeiro informou que o prédio é um patrimônio que faz parte da história da cidade e que não deveria ser demolido, “mas restaurado, preservando sua cultura e identidade”, o que parece não ter acontecido (clique aqui e veja as notas da prefeitura na íntegra).

O PNB também denunciou a exposição de trabalhadores que, sem qualquer segurança, faziam a demolição do prédio. Mesmo após a divulgação da notícia, a situação irregular continuou acontecendo, de acordo com leitores. “Na manhã do dia seguinte, os mesmo pedreiros estavam na obra, sem nenhum equipamento de proteção”, declarou outro leitor.

Chegamos a enviar o vídeo para a Gerente Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Edésia Barros, que ficou estarrecida com o que viu nas imagens e garantiu que enviará uma equipe de fiscalização ao local. “Nunca vi tamanha ignorância, tamanho desrespeito. Insegurança total! Já acionei a chefe de fiscalização e a equipe irá ao local, de imediato, adotar as providências cabíveis”, declarou Edésia Barros.

Da Redação

4 COMENTÁRIOS

  1. O fato relatado acima, “destruição de um prédio histórico”, é uma tradição da (in)cultura juazeirense. Quem tem um pouco mais de idade, mais de sessenta anos, deve lembrar-se do antigo Mercado Municipal que situava-se na Praça Cordeiro de Miranda (se não me falha a memória, quanto ao nome da praça). Demolido a troco da nada, era uma obra que merecia ser conservada e ser objeto de tombamento. Fato muito mais antigo e de grande relevância, foi a demolição da Estação Ferroviária, sob o pretexto “desinteligente” de construir um viaduto, uma continuação da ponte Eurico Gaspar Dutra. Então, para mim, natural de Juazeiro, não é nenhuma novidade. Outra coisa que causa espécie é o desrespeito do proprietário do prédio ora em questão, ignorando o fato de ser o mesmo tombado, além de estar a demolição embargada. Portanto, um duplo desrespeito, provavelmente causado pela ignorância e prepotência. Não sei o motivo da demolição, se para construir algo moderno e mais lucrativo; também não sei se através de alguma secretaria, o proprietário poderia adquirir algum financiamento para restauração, face ao tombamento. De qualquer forma, seja como for, é um pedaço da história de Juazeiro que vai ao chão. Lamento com tristeza.

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