Em entrevista, o pré-candidato Meirelles afirma que “Bolsonaro e Ciro trazem instabilidade”

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O ministro da Fazenda e pré-candidato a presidente da República, Henrique Meirelles afirmou, em sua primeira entrevista após deixar o cargo, que a eleição deste ano traz risco de instabilidade do País. Ele salientou que candidatos de esquerda, como Ciro Gomes (PDT), e de direita, como Jair Bolsonaro (PSL), representam um desmonte da política de reformas do governo Michel Temer.

“Os candidatos dos extremos que estão aí. Seja Bolsonaro, seja Lula. O Ciro está propondo várias coisas radicais nesse sentido. O Bolsonaro está apresentando propostas liberais, mas tem todo um histórico de votos a favor do intervencionismo econômico. Como parlamentar, ele foi contra todas essas reformas. Temos um candidato (Ciro) que propõe desestabilizar. Ele propõe interferir no câmbio para desvalorizar, está criando instabilidade. Vai romper contratos na área de concessão de petróleo e energia, expropriar capital estrangeiro. É o que se temia do Lula em 2002 e que não fez. São candidatos que pretendem reverter parte da agenda de modernização do País implementada”, disse. Sobre o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, ele ponderou: “Eu não sei o que o Joaquim Barbosa pensa de economia”.

Meirelles disse estar convicto de que será o candidato do MDB à Presidência se Temer abdicar da vaga. Questionado sobre as acusações de corrupção que pairam sobre seu novo partido, afirmou que não será afetado por sua trajetória pessoal: “Nunca fui político”. Meirelles também negou ser o “candidato do mercado”. Ele começou a montar sua equipe neste fim de semana e prepara a instalação de um gabinete na sede nacional do MDB, em Brasília, de onde vai despachar com privacidade.

Questionado pela reportagem da Folha se fez algum tipo de acordo com o presidente Temer, ele foi enfático: “não revelo minhas conversas com o presidente. Tenho convicção de que, não sendo o presidente Temer, o candidato do partido serei eu. Não há possibilidade de ser outro.

Sobre a possibilidade de ser vice de Temer, ele rechaçou: “Não. No momento não estou considerando essa possibilidade. Se o presidente Temer julgar que tem condições de ganhar a eleição, ele vai ser candidato e certamente é um projeto ótimo. Isso vai ser um julgamento, uma avaliação que eu e ele vamos fazer juntos, num primeiro momento, mas depois também conversando com o restante das lideranças do partido: quem é que tem melhores condições”.

Meirelles também afirmou que as investigações contra membros de seu partido não atrapalham uma possível campanha sua: “Não acredito que afete em nada pelo meu histórico pessoal. Eu não participei de nada ilícito e ilegal. É óbvio. Eu nunca fui político. Disputei uma eleição autofinanciada em 2002. Só. Em segundo lugar, isso é trabalho normal da Justiça. Não é só um partido. Todos os partidos estão sujeitos a terem pessoas sendo acusadas. A Justiça vai decidir se são inocentes ou não são”.

BN

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