Juazeiro: “As muriçocas voltaram… e as fuligens também”

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(foto: reprodução/internet)

As fuligens e as muriçocas são dois grandes problemas que geram revolta e incômodo à população de Juazeiro. Após um tempo sem conviver com esses transtornos, a população já está sentindo, aos poucos, que esses problemas já estão adentrando, literalmente, as casas dos cidadãos e cidadãs juazeirenses.

A primeira é resultado do período de corte da cana-de-açúcar. Com a queima da planta, é liberada a fuligem, um material preto e gorduroso, na forma de diminutas partículas.  Durante a madrugada, a palha gerada pela Agro Indústrias do Vale do São Francisco S.A (AGROVALE), empresa produtora de Açúcar, Etanol e Bioeletricidade, invade quintais e o interior das residências, para desgosto dos moradores.

Desde o final do ano passado a população de Juazeiro e também da vizinha Petrolina (PE), estava se sentindo aliviada e livre das fuligens, visto que o processo de produção da safra 2017 havia sido encerrado neste período. Todavia, a usina já deu inicio às atividades para a produção deste ano, e a expectativa é de moer 1,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produzir 2,4 milhões de sacos de açúcar com 50 quilos cada, até o dia 13 de novembro.

A redação do Preto no Branco recebeu uma foto de um morador do bairro Santo Antônio, em Juazeiro, que acordou na manhã desta terça-feira (15) com as fuligens da palha queimada na área de sua casa.

“ Já está começando o inferno. Mais uma safra, mais um período de transtorno para a população. Uma história que se repete há anos e ninguém faz nada. Nem o MP, nem os órgãos ambientais. Um absurdo! ”, disse o morador que preferiu não se identificar.

Os efeitos da queima da cana podem ser sentidos em diversas regiões tanto de Juazeiro quanto de Petrolina, porém os moradores dos residenciais Juazeiro I, II e III, no bairro Itaberaba, são os mais prejudicados, tendo em visto a proximidade com a área de queima da Agrovale.

O incômodo que a palha queimada causa à população de Juazeiro já rendeu diversas outras matérias no PNB. O caso gerou a criação de um movimento denominado “Pelo Fim da Queima Indevida de Cana pela Agrovale”, que lançou uma petição pública na internet para mobilizar as comunidades de Juazeiro e Petrolina e arrecadar assinaturas.

Mas, e as muriçocas?

Vários fatores podem estar contribuindo para o retorno da infestação desses insetos. Um deles, segundo o biólogo Djalma Amorim, em conversa com PNB, é a destruição da cobertura vegetal em áreas circunvizinhas ao centro urbano da cidade.

“Como juazeiro dispõe de áreas agrícolas contíguas com a zona urbana, e em determinas épocas do ano fazem desmatamento como consequência de safras, isso pode contribuir significativamente com o índice de infestação de muriçocas na cidade”, disse o biólogo.

O “sumiço” das muriçocas estava relacionado ao período vigente, marcado por um clima quente e úmido, diferente dos demais meses do ano, onde prevalecem as altas temperaturas, porém, com baixos índices de pluviosidade.

O fato é que, as muriçocas voltaram, por enquanto não com a mesma intensidade de como estavam até o início desse ano. Com a realização de limpezas em canais, a população espera que haja uma redução significante na infestação desses mosquitos.

Mas as fuligens também voltaram… e com essas, a população juazeirense terá que conviver. Terá que se acostumar com a sujeita dentro e fora de casa, até o mês de novembro. Como diz o leitor … “Uma história que se repete há anos e ninguém faz nada. Nem o Ministério Público, nem os órgãos ambientais”.

A pergunta que fica é: até quando?

Da Redação por Thiago Santos

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