Assistência estudantil ameaçada: universitários criticam cortes e precarização do ensino público brasileiro e convocam para manifestação

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(foto: Semário Andrade/Preto no Branco)

No programa Palavra de Mulher na web desta terça-feira (26), a apresentadora Sibelle Fonseca recebeu Pedro Lucas e Bianca Siqueira, estudantes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), para uma conversa sobre o desmonte da educação pública brasileira, que vem sofrendo diversos retrocessos provenientes de várias esferas do governo (federal, estadual e/ou municipal).

Para Pedro, estudante do curso de Engenharia Elétrica, a atual postura política adotada pelo governo afeta diretamente os estudantes. “A assistência estudantil que a gente defende é a garantia da permanência do estudante na universidade. Uma assistência estruturante. A gente não pode conceber a universidade sem assistência estudantil, porque sem ela não tem estudante”, disse.

Bianca, que é graduanda do curso de Ciências Sociais e que participou, recentemente, de uma reunião da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) do Brasil que discutiu sobre a democratização do ensino superior e medidas para viabilizar a permanência dos alunos nos espaços acadêmicos, criticou a decisão do Ministério da Educação (MEC) que pretende transformar todos os recursos voltados para a assistência estudantil em bolsas.

“Isso prejudica a gente (estudantes) porque tira a autonomia da universidade de determinar como ela vai gastar o dinheiro dela, e a gente fica dependente do MEC. Vamos ter que submeter à ele e entrar em um critério de seleção para ganhar apenas um valor”, disse a estudante.

A estudante ressaltou ainda que o desmonte das instituições públicas de ensino superior traz prejuízos não somente para a comunidade acadêmica, mas para a população em geral.

“A universidade não é somente um espaço de produção de intelectuais e de estudantes. Ela produz ciência, educação e produz serviços para a comunidade. Ela nasceu para servir a comunidade e quem acha que isso não vai atingir, está enganado. Se você não tem a universidade na região, você vai ter menos profissionais e limitações no acesso á serviços”, afirmou a graduanda que acredita na força dos estudantes.

“O movimento estudantil tem força e já derrubou presidente. Temos força e perna para fazer transformação social, no entanto a gente precisa de união e apoio”, finalizou.

Assista a entrevista na íntegra

Nesta sexta-feira (29), estudantes da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), da Universidade do Estado de Pernambuco (UPE), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), de Institutos Federais(IF’s) e escolas públicas da região se reúnem na Praça do Bambuzinho, em Petrolina, às 9h para realizar um ato contra a precarização do ensino público e a ofensiva privatista.

Dentre as pautas de discussão, estão o corte no Programa de Bolsa Permanência, fundamental para sobrevivência de estudantes indígenas e quilombolas na Universidade, além de ser importante fator de conquista e instrumentalização da luta dessas comunidades tradicionais e o projeto de lei intitulado “Escola sem Partido” que, na prática, reprime a liberdade política dos professores e alunos da Rede Básica de Ensino, com a justificativa trazer neutralidade política para as salas de aulas.

Da Redação

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