“Opinião fundamentada ou ‘estanhos’ argumentos? “, por Victor Fidel

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Tomei conhecimento através de um amigo, de ter sido mencionado pelo professor Josemar Pinzoh no programa Preto no Branco desta quinta-feira (25/10) dirigido por Sibelle Fonseca. Fui então averiguar do que se travava e depois de ouvir um festival de sínteses confusas — para não dizer confusão proposital sobre o contexto específico em que fui citado, julguei necessário fazer alguns esclarecimentos tão-somente por conta da ênfase pejorativa empregada pelo professor.

O professor Josemar Pinzoh disse e é verdade, ter sido apresentado à “ideia do Kit Gay” e tomado nota do professor Olavo de Carvalho pela primeira vez em uma das reuniões de um grupo de debates que na ocasião aconteceu em minha residência em meados de 2013.

Naquela oportunidade apresentei em caráter sugestivo temas variados aos quais julguei infinitamente mais reais e importantes do que a sopa de temas subjetivos debatidos em outras circunstâncias no mesmo grupo, que a bem da verdade, servia apenas para alimentar um festival retórico que só dava conta de banquete aos próprios egos. Dentre o material que apresentei, além de alguns temas abordados pelo professor Olavo de Carvalho estava o vídeo em questão: Bolsonaro e o Kit Gay.

Desde então, passaram-se cinco anos e o professor Pinzoh à revelia da cópia do material veiculado na internet e das discussões travadas no parlamento e mídia em geral, disse na referida entrevista que até hoje procura o Kit Gay. O mesmo professor que publicou o livro Pesquisa-Criação – Uma experiência com Escrita Docente Autobiográfica, (Eduneb 2012) onde comenta “a mecânica” de vários trabalhos de pesquisa, observando, elogiando e reconhecendo trabalhos minuciosos como o realizado na publicação da obra O Primeiro Homem, (Camus 2005), parece não ter apreendido e empreendido o que ele mesmo escreveu em seu livro pelo menos em dois casos. No caso do Kit Gay não é necessário nem mesmo um processo de pesquisa abrangente. As discussões e o material sobre o assunto são abundantes na internet.

  1. Vejamos o caso do Kit Gay:

Quem quer que tenha feito uma pequena pesquisa e prestado a devida atenção sem a lente ideológica (que não serve para entender absolutamente nada), atestaria a veracidade dos fatos abaixo sem precisar procurar por cinco anos algo que em cinco minutos se encontra – como se diz por aí – dando um Google.

O fato é:

    1. O material existe. (ver aqui) e (aqui);
    2. O nome oficial é “Escola sem Homofobia”. (ver aqui);
    3. O nome “Kit Gay” foi empregado pelo Bolsonaro para alertar a população sobre a gravidade do conteúdo para o público a que se destina;
  • O então Ministro da Educação Fernando Haddad à época em que o governo do PT tentou implantar o Kit Gay, concedeu várias entrevistas sobre a distribuição do material. (uma delas está aqui), (isso por si só já impugna o argumento da inexistência);
  • O Kit Gay foi vetado pela então presidente Dilma depois que não deu mais para a mídia esconder as muitas discussões e estardalhaços no plenário e na internet.
  1. O material chegou a ser distribuído em algumas escolas. (ver aqui).

Ou seja, não tem que dizer que não existe só porque o nome oficial é “Escola sem Homofobia” e não “Kit Gay”; também não tem que procurar o Kit Gay nas escolas porque simplesmente ele foi vetado. Vetado das escolas, mas disponível na internet. Não é difícil entender isso, ora bolas! Dois neurônios já dão conta do recado.

Vir a dizer que não existe; ficar discutindo se foi distribuído ou não; se algum professor ensinou ou não; isto é enfatizar aspectos laterais de um argumento em detrimento de um fato objetivo; é confundir as pessoas propositalmente para criar uma atmosfera de desorientação. Na verdade, essa desorientação proposital é criada, por um lado para esconder o verdadeiro caráter lascivo de um material que produz, não o esclarecimento mas um efeito de propaganda ostensiva, e por outro lado para esconder a verdadeira face dessa máquina esquerdista de ideologia.

O Kit Gay é um resultado prático de um conceito de mutação social desenvolvido pelo pessoal da Escola de Frankfurt: Max Horkheimer, Theodor Adorno, Jürgen Habermas, etc. Escola à qual o Fernando Haddad subscreve no livro Em Defesa do Socialismo (1999). Sobre isso, o professor Olavo publicou uma análise que pode ser vista aqui e aqui. No mais, creio que não sejam necessárias outras explicações.

  1. Vejamos o caso do professor Olavo de Carvalho:

(ainda dentro do contexto em que fui citado)

Algum tempo depois de lhes apresentar um material do professor Olavo naquela reunião “estranha”, sequer o professor Pinzoh manifestou o mínimo de interesse em pesquisar – não digo livros, mas alguma apostila ou artigo sobre o assunto, do qual, não tardaria ensaiar uma interpretação. Porém, o máximo de esforço intelectual que o autor do livro Pesquisa-Criação conseguiu realizar naquela ocasião foi copiar o conceito de Paralaxe do site significados.com.br misturar com a palavra astrologia e dá uma interpretação digna de um adolescente fazendo seus primeiros trabalhos escolares, feito isso, publicou 19 linhas da sua pesquisa sobre a Paralaxe Cognitiva em sua rede social. Por tanto, a julgar pelos dois casos; um de opinião sem fundamento (Paralaxe Cognitiva) e outro de ocultação do fato por argumentação de desvio de foco (Kit Gay), pode-se concluir que não se pode levar a sério as palavras do professor Pinzoh sobre estes assuntos.

 Por: Victor Fidel