Tem uma barca no meio do caminho e essa situação é inadmissível, senhor prefeito!

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Abandonada há anos na Orla I de Juazeiro-BA, a embarcação “Presidente Costa e Silva” agora também está servindo como ponto de apoio para placa de outdoor. A equipe do portal Preto No Branco passou pelo local e flagrou a situação.

Conversamos com alguns moradores, e para eles a sensação é a de que apesar dos diversas problemas ocasionados pelo abandono da embarcação no local, como mau cheiro e acúmulo de lixo, o problema passa despercebido por parte da população e pelo poder público municipal.

“Essa embarcação está totalmente enferrujada e sendo usada por algumas pessoas em situação de rua para suas necessidades fisiológicas, além de também ser um ponto de uso de drogas. Apesar de todos os transtornos que a situação vem causando há anos, parece que o problema não existe, pois até para botar propaganda já estão usando a barca, como se fosse algo normal”, reclamou uma moradora.

Outro morador declarou que a embarcação enfeia a orla, que deveria ser o cartão postal da cidade, e que não deve ser tratada como monumento. “Com o projeto do parque fluvial eu achei que finalmente a embarcação seria retirada daquele local, mas a presença da mesma já está tão naturalizada para o poder público que até o calçadão construído na obra de revitalização da orla acaba exatamente onde a barca está abandonada e continua após a embarcação”, afirmou.

O PNB constatou o que diz o morador. O calçadão que começa na orla 2, segue por toda extensão até chegar no bairro Angari, mas é interrompido exatamente no espaço onde fica a embarcação.

Essa não é a primeira vez que o portal Preto No Branco aborda o problema. Em julho de 2016 nossa equipe esteve no local e encontrou Jurandir, um trabalhador contratado pelo proprietário da embarcação para trabalhar na revitalização da Presidente Costa e Silva, segundo contou a nossa reportagem. A intenção, de acordo com ele, era que a embarcação voltasse a navegar.

Jurandir disse que estava encontrando dificuldades burocráticas para instalar um ponto de energia que possibilitasse o serviço de recuperação da embarcação. Ele também se queixou da falta de apoio dos órgãos competentes, que não se interessavam em colaborar para a retirada do barco do local.

Na época, a Secretaria de Meio Ambiente e Ordem Pública (SEMAOP) de Juazeiro informou que assinaria um termo de compromisso junto ao proprietário, para que fosse estabelecido um prazo para retirada da embarcação da Área de Preservação Permanente (APP). Mas até hoje, mais de dois anos depois, a embarcação continua atracada na Orla de Juazeiro, sem previsão de quando será retirada do local.

Perguntamos: Como a prefeitura cede um espaço público à propriedade privada por longos anos, comprometendo a estética e o bem estar dos moradores? Por onde anda o órgão ambiental que não cumpriu a promessa de retirar a embarcação do local? O proprietário da embarcação, um conhecido empresário, faz da orla da cidade seu quintal ou o “quartinho dos fundos” e sequer é acionado pelo poder público. O problema é de gestão, aliás, o problema é a falta de gestão. Leva-nos a pensar que Juazeiro é mesmo uma terra sem lei.

Inadmissível essa situação que se arrasta há anos, senhor prefeito! Um desrespeito com a cidade e com os munícipes.

Concluímos com a divagação de um juazeirense: “No dia que retirarem aquele barco dali, pode ser que Juazeiro vá pra frente.”

Veja reportagem feita em julho de 2016

Da Redação

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