Caso Beatriz: Uma semana após decretada prisão preventiva, acusado de apagar imagens continua foragido; “A polícia deu mole”, diz pai da garota

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(foto: divulgação/PC)

Hoje (19) completa uma semana que o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a prisão preventiva de Alisson Henrique de Carvalho Cunha, ex-prestador de serviço do colégio Maria Auxiliadora e acusado de ter apagado as imagens em que aparecia o assassino da menina Beatriz Mota, morta durante uma festa na instituição religiosa em dezembro de 2015.

Após o pedido da delegada Poliana Nery, que está a frente do caso, ter sido negado pela Juíza Elane Brandão, do Tribunal do Júri da Comarca de Petrolina, contrariando também parecer do Ministério Público, o TJPE julgou o pedido e por 2 votos a 1, decretou a preventiva do acusado. O ex- prestador foi indiciado por falso testemunho e fraude processual.

Entretanto, até o momento, Alisson Henrique não foi capturado pela polícia e é considerado foragido da Justiça.

O portal PNB conversou com a delegada que afirmou que as equipes da Polícia Civil estão trabalhando para cumprir o mandado de prisão, mas até o momento não há notícias sobre o paradeiro do acusado.

Poliana Nery já havia declarado que esta prisão preventiva seria um recomeço para as investigações policiais. A delegada também afirmou que o ex-prestador circulou no colégio na noite do dia 4 de janeiro de 2016, acompanhado de mais dois funcionários do colégio (Carlos André, administrador do colégio e Loraíldes), quando as imagens foram apagadas. Toda a movimentação destas três pessoas estão registradas em vídeos. Em um deles, Alisson aparece entrando na sala de monitoramento do colégio.

Cercado de mistérios e de uma sucessão de erros, desde o início das investigações, o caso Beatriz Mota, que já passou pelas mãos de quatro delegados, é um desafio para a Segurança Pública de Pernambuco, que já o considerou como “caso número um” a ser elucidado no estado.

Erros

Como vem denunciando Lucinha Mota, mãe de Beatriz, até hoje, três anos após o assassinato, não se sabe o local exato onde a menina foi morta, não foi realizado exame toxicológico na criança (não se sabe, por exemplo, se o assassino usou algumas substância entorpecente para capturar a criança), o piso de uma sala próxima a cena do crime foi trocado, entre outros erros na investigação, que são apontados pela família.

Com o decreto da prisão de Alisson Henrique, surge um questionamento: O acusado não estava sendo monitorado pela polícia, mesmo na iminência de ter a prisão decretada ? Como que Alisson, com residência em Petrolina, e estando na cidade dias antes do julgamento do TJPE, conseguiu escapar?

Nossa reportagem fez estes mesmos questionamentos à delegada Poliana Nery, mas não conseguiu respostas. A policial informou apenas que o acusado estava sendo monitorado pelo serviço de inteligência, também pelas redes sociais.

Sobre a frustração de não ver o mandado de prisão cumprido, um desejo e luta da família, nossa reportagem conversou com Sandro Romilton, pai de Beatriz.

“A polícia deu mole. Até a esposa dele, que é policial civil, fugiu. Isso é preocupante. Estão ganhando tempo. Será que é estratégia da defesa? Como o Tribunal vai julgar recurso de um foragido da Justiça? Essa fuga de Alisson é uma confissão de culpa? Quem não deve, não teme. O advogado dele disse que ele não irá se apresentar porque teme pela sua integridade física. Eu acho que o lugar mais seguro para ele é sob os cuidados da doutora Poliana Nery”, disse Sandro.

Ele ainda informou que “Se for preciso, retornaremos a Recife para pedir ao desembargador plantonista que julgue o recurso em caráter de urgência”, declarou o pai da vítima.

O advogado de defesa do acusado, Wank medrado, declarou na imprensa que Alisson Henrique só iria se entregar após decisão sobre o recurso apresentado, e que isto só deverá acontecer no ano que vem.

A família de Beatriz Mota e a Polícia pedem a quem tiver qualquer informação que possa levar ao paradeiro de Alisson Henrique, entrar em contato pelo telefone (81) 98650 1229, que também possui WhatsApp. O sigilo é garantido.

Da Redação

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