“Matou meu filho por um sinal de Wifi, quero seu julgamento em Petrolina”, desabafa mãe de jovem que pede transferência do acusado

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(Reziélio Alves de Almeida-Foto: Polícia Civil do Paraná)

 

 

Após mais de três anos de angústia e tristeza pelo assassinato do filho, Alisson Dantas, de apenas 18 anos, Ana Cláudia ainda sofre com a espera do julgamento do acusado pelo crime, que aconteceu em Petrolina-PE.

Alisson foi assassinado com golpes de facão, em outubro de 2015, quando estava na porta de casa trocando mensagens pelo celular com a namorada. A motivação, segundo a Polícia Civil, foi que o autor do crime, Rezielio Alves de Almeida, 52 anos, vizinho do jovem, teria se irritado porque Alisson estaria usando a internet da rede wifi do acusado.

Rezielio Alves ficou foragido durante quase três anos, até que no dia 29 de maio de 2018, foi preso em Ponta Grossa – PR, onde continua detido. Oito meses após a prisão, o acusado ainda não foi transferido para Petrolina, cidade onde aconteceu o crime brutal, motivo de revolta para a família de Alisson.

Em conversa com a reportagem do Portal Preto No Branco, Cláudia Dantas cobrou a transferência do acusado, para que o mesmo seja finalmente julgado pelo homicídio e declarou que as autoridades alegam que o estado não possui verbas para realizar o recambiamento [transferência] do preso.

“O Judiciário me informou que já havia solicitado, por duas vezes, ao estado de Pernambuco o recambiamento e a resposta foi a mesma: Falta de verba. Depois me informaram que existe uma fila de espera para a transferência de presos. O que eu estou cobrando é um direito meu. Eu até iniciei uma campanha para arrecadar uma quantia para que essa transferência fosse feita, mas o Judiciário não nos informou o valor que era necessário. Então eu resolvi não realizar mais essa arrecadação, pois isso é um dever do estado e um direito meu, como cidadã, que paga seus impostos. Trazer o acusado para Petrolina e julga-lo é o mínimo que a justiça pode fazer, pois nada vai trazer meu filho de volta. Meu filho foi assassinado por um sinal de wifi”, declarou Ana Cláudia ao PNB.

Ontem (30), ela divulgou uma carta de desabafo e cobrando, mais uma vez, justiça para o caso.

“Meu filho Alisson Dantas ia completar 19 anos quando Rezielio Alves de Almeida resolveu tirar a sua vida. Há exatamente 3 anos e 3 meses atrás, Rezielio o matou. O motivo? O mais banal e irracional que já existiu: “o uso de uma internet, que na verdade era dele [Alisson]”. Ao tirar a vida dele, em nenhum momento ele se preocupou se ele iria deixar seus sonhos, sua família, seus amigos, sua namorada, que justamente era a pessoa com quem ele trocava mensagens no momento do crime. Enfim, ele não pensou na vida de Alisson. A única e cruel preocupação dele [O acusado], era o golpear e o acusar de algo que ele não tinha feito. Ele se achava o juiz para sentenciar meu filho à morte”, escreveu Ana Cláudia em um trecho do texto.

Na carta ela diz ainda que mesmo em silêncio, continua lutando para que a justiça seja feita e que a sua verdadeira batalha teve inicio após a prisão do acusado, que até hoje não foi julgado .

“Tudo era para ter finalizado no dia 19/12 /18, e por que não aconteceu? Porque ele [o acusado] não se encontrava preso na cidade na qual cometeu o crime (Petrolina -PE). Então, eis que mais uma vez me sinto uma órfã de mãos atadas, sem o apoio do Governador de Pernambuco, do Ministério Público e da Seres, órgãos competentes, que deveriam trazê-lo para ser julgado aqui”, acrescentou.

Ela cobrou respostas do Poder Público: “Quando o meu sofrimento, minha espera, minha angústia, que já duram três anos, irão passar? Quem de vocês senhores, representantes da lei e responsáveis pelo recambiamento do assassino, teve que enterrar um filho vítima de um assassinato cruel? Quem de vocês derramou lágrimas dias e noites e tem buscado forças para seguir a vida lutando para que o assassino finalmente tenha o julgamento merecido? Me deem uma resposta? Mas não me me digam que falta dinheiro para trazê-lo, quando nós sabemos que os cofres públicos têm as verbas! Isso é vergonhoso, causa-nos indignação. Ninguém consegue sequer imaginar de verdade o que senti ali naquele exato dia 30 de outubro de 2015, onde eu não conseguia acreditar e reconhecer naquele corpo dilacerado e manchado de sangue, a imagem do meu próprio filho. Então, senhoras autoridades competentes, não me venham com respostas vazias como se por algum motivo tivessem deixando o tempo passar, até que esse crime caia no esquecimento.”

Ela finalizou a carta reforçando o pedido de transferência e julgamento do acusado. “Se o monstro assassino não deixou meu filho escolher entre viver ou morrer por que eu, como sua mãe, não posso ter esse mesmo direito entre lutar até o fim e ver o julgamento acontecer? O que vocês autoridades maiores têm feito a respeito do caso para que cumpram seu papel de verdade? Por que vocês negaram duas vezes o pedido da Juíza do tribunal do Júri, Dr.Elane, para que esse julgamento não acontecesse aqui? Quero a justiça de verdade. Quero o assassino não só preso, mas julgado pelo seu crime aqui na cidade de Petrolina -PE”, desabafou a mãe.

O PNB está procurando respostas junto aos órgãos questionados por Cláudia Dantas.

 

Da Redação

4 COMENTÁRIOS

  1. Dona Cláudia Dantas não merece passar por mais nenhum sofrimento e constrangimento nessa vida. Seguindo o nosso exemplo de luta, a família de Alison Dantas saiu às ruas para lutar por justiça. Conseguiram encontrar em outro estado o assassino de seu menino querido. O que falta agora é trazer o bandido Rezielio para Petrolina para que ele tenha o julgamento e a dura condenação que merece. Mas cadê esse monstro? Por quê ainda não foi julgado? O que falta? Será que a família vai fazer uma “vaquinha” para trazê-lo? Estamos de olho nisso também. Continuaremos nossa luta JUNTOS.

  2. Isso é uma vergonha em nosso país um assassino cruel e monstruoso preso e não ser transferido por falta de verba e até agora sem juramento,isso trás indignação as familiares e aos que se comove com o ato,sou( Marinene) tia de Alison Dantas mais a dor não é só de tia é de ser humano foi uma brutalidade.”que paíse é esse”

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