Univasf suspende refeição para estudantes da prioridade 2; decisão “está diretamente relacionada ao contingenciamento”

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(foto: reprodução/internet)

A Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Proae) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) anunciou nesta terça-feira (22), a suspensão, por tempo indeterminado, do fornecimento de refeições para os estudantes da Prioridade 2 (P2) no Restaurante Universitário. De acordo com o órgão, a medida está diretamente relacionada ao contingenciamento do orçamento promovido pelo Governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Em nota, a Proae informou que o fornecimento será suspenso a partir do dia 1º de junho. Fazem parte da categoria (P2) os estudantes de graduação e de pós-graduação que não estejam recebendo bolsas acadêmicas. “A suspensão do fornecimento de refeições para o P2 está diretamente relacionada ao contingenciamento do orçamento de custeio destinado ao funcionamento da Univasf, que subsidia esta modalidade”, justifica o corte.

Ananda Fonseca, estudante de Psicologia, considera que a decisão afeta diretamente a vida dos estudantes, principalmente de quem estuda em turno integral. “R$ 6,50 (preço de cada refeição) parece pouco, mas para nós estudantes, que temos tantas outras demandas, é complicado. Para quem tem curso integral, a situação é ainda pior. Temos atividades extracurriculares, projetos de pesquisa e extensão. Vamos ter que gastar mais. Muitos estudantes não têm condições de arcar com um custo tão alto. Isso implica no processo pedagógico. Quem está com fome não aprende de barriga vazia. É mais um peso colocado nas nossas costas, infelizmente”, lamentou.

“Esse início de semestre já tinham sido canceladas novas inscrições para P2. Os já existentes passaram a ter direito somente a a uma única refeição no dia, o que já secou bastante o RU. Creio que os alunos do Campus Ciências Agrárias e do Campus de Juazeiro serão os mais afetados por falta de opção e por serem a maioria de cursos integrais”, reforçou o estudante Pedro Souza, de Artes Visuais.

Com a decisão, Ricardo Medeiros, graduando em Engenharia da Computação, passará a fazer as refeições em casa. “Quando o auxílio da prioridade 2 era para duas refeições em período letivo eu almoçava e jantava no RU. Após os cortes do ano passado eu passei a jantar em alguns dias e almoçar em outros. Agora, com o corte total do auxílio, fica inviável pagar 6 reais por uma refeição. Portanto irei fazer minhas refeições em casa”, disse.

Ainda sobre a decisão, a Pró-reitoria anunciou que os estudantes que têm créditos que ultrapassam a data do dia 31 de maio deverão ser reembolsados pelos créditos excedentes. Os discentes da Prioridade 1 (P1) continuarão realizando refeições normalmente, uma vez que os recursos do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) não foram contingenciados.

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Da Redação

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