Pais de Beatriz Mota e integrantes de movimento cobram posicionamento da delegacia de Polícia Civil que investiga o caso

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(foto: reprodução/arquivo)

Lucinha Mota e Sandro Romilton, pais de Beatriz Mota, estão desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira (19) concentrados em frente ao 5º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), onde fica a sede da delegacia de Polícia Civil que investiga o caso. Acompanhados de integrantes do movimento “Somos Todos Beatriz”, os pais pedem respostas e cobram maior rigor da justiça para a elucidação do caso.

A família da garota, assassinada em 10 de dezembro de 2015 com 42 facadas durante uma festa de formatura no Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina-PE, exigem um posicionamento da delegacia sobre o caso e a execução de um plano para prender Alisson Henrique de Carvalho Cunha, acusado de ter apagado as imagens em que aparecia o assassino da menina, conforme as investigações.

Mandado

Ontem (18), Lucinha Mota recebeu informações de que Alisson Henrique encontrava-se em sua residência, em um bairro da periferia de Petrolina-PE. Ela acionou a Polícia Militar que rapidamente, atendeu ao chamado, fazendo um cerco na residência do acusado. Policiais Militares foram acionados. A equipe do PNB acompanhou a ação dos PMs, que mesmo tendo um Mandado de Prisão contra o foragido, não conseguiram entrar na casa, por não terem um Mandado Judicial de Busca e Apreensão.

Por volta do meio-dia de ontem, Lucinha tentou conseguir, junto a delegada Isabella Cabral, que está substituindo Polyana Neri, delegada responsável pelo caso, mas que está de licença, o Mandado de Busca e Apreensão. A mãe da garota disse que faria “greve de fome” no fórum da cidade, a espera da decisão. O documento só foi expedido por volta das 17h.

Segundo Lucinha, a delegada Isabella foi até a casa do acusado, acompanhada de dois policiais civis. Os pais de Beatriz não acompanharam o processo, e criticaram a rapidez da ação.

“As pessoas que presenciaram a rápida diligência nos informaram que não durou nem cinco minutos. A delegada bateu na porta e a esposa de Alysson, que também é policial civil da mesma delegacia que investiga do caso, logo abriu a porta. Muito estranho! Pareceu mais uma visita e jamais o cumprimento de Busca e Apreensão, com o intuito de prender o foragido. Definitivamente, a Polícia Civil de Pernambuco não quer elucidar o caso Beatriz. Por que?”, questionou Lucinha.

Lucinha e Sandro retornaram à delegacia, em busca de informações da delegada, mas ela já não se encontrava na instituição. Ligações e mensagem não foram respondidas, segundo os pais.

“Não nos deu nenhuma satisfação, o que me parece pouco caso com o ‘caso número um da segurança pública de Pernambuco’, como me afirmou o presidente do Tribunal, Dr. Adalberto. Não suporto mais tanto descaso e desrespeito”, desabafou a mãe.

Prisão preventiva

O TJPE decretou a prisão preventiva de Alisson Henrique em 12 de dezembro de 2018. O ex-prestador foi indiciado por falso testemunho e fraude processual.

A prisão foi decretada após o pedido da delegada Poliana Nery, que está a frente do caso, ter sido negado pela Juíza Elane Brandão, do Tribunal do Júri da Comarca de Petrolina, contrariando também parecer do Ministério Público do Pernambuco (MPPE). O TJPE aprovou o pedido de prisão preventiva por 2 votos a 1, após acatar o recurso do MPPE.

Alisson não se entregou e foi declarado como foragido da justiça. O disque denúncia de Pernambuco passou a oferecer uma recompensa no valor de R$ 10 mil, para quem ajudasse a localizar o suspeito.

Envolvimento

Em dezembro, em conversa com o PNB, a delegada informou que Alisson Henrique circulou no colégio na noite do dia 4 de janeiro de 2016, acompanhado de mais dois funcionários do colégio (Carlos André, administrador, e Loraíldes), quando as imagens foram apagadas. Toda a movimentação destas três pessoas estão registradas em vídeos. Em um deles, Alisson aparece entrando na sala de monitoramento do colégio.

O caso Beatriz Mota, que já passou pelas mãos de quatro delegados, é um desafio para a Segurança Pública de Pernambuco, que já o considerou como “caso número um” a ser elucidado no estado.

O crime

Beatriz Angélica foi assassinada em 10 de dezembro de 2015, com 42 facadas durante a festa de formatura de sua irmã mais velha, no Colégio Maria Auxiliadora. A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 do dia 10 de dezembro de 2015, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio. Após perceberem o sumiço da criança, os pais desesperados começaram a procurá-la, até que minutos depois, o corpo da menina foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo.

* atualizada às 12h09 para acréscimo de informações

Da Redação por Thiago Santos

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