Mulher acidentada em ônibus da Joalina questiona a empresa; Samu diz que estava sem ambulância

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Na última sexta-feira (14), o portal Preto No Branco noticiou uma denúncia enviada por alguns leitores, sobre a falta de atendimento do Samu, de Juazeiro-BA, a uma mulher que teria se machucado ao cair dentro de um ônibus da empresa de trasporte público Joalina. O fato ocorreu por volta das 17h40 no Circular R1. (Clique aqui e veja a matéria)

Em resposta, a Secretária de Saúde declarou que “na hora do chamado para prestar socorro à senhora, o SAMU  ficou impossibilitado de prestar o atendimento porque algumas ambulâncias estavam em outras ocorrências e as demais estavam sem maca, pois ficaram retidas  nos hospitais  públicos do Vale do São Francisco com outros pacientes. Passados alguns minutos, e com a chegada  de uma ambulância com maca, a mesma foi direcionada  até  o local para prestar o atendimento à  paciente, mas a mesma já tinha  sido socorrida”.

Após a denúncia, a vítima identificada como Adriana Maria, de 40 anos, enviou para a nossa redação mais detalhes sobre o ocorrido e fez outras reclamações. De acordo com ela, que é portadora fibromialgia crônica e neuropatia (doenças que provocam dores pelo corpo), no momento do acidente, ela e outros passageiros estavam em pé, na parte da frente do coletivo.

“Sou uma usuária assídua do transporte público, principalmente para enfrentar meu tratamento de saúde e demais necessidades. Solicitei ao motorista que me permitisse adentrar pelas demais portas do meio ou traseira, pois os três assentos da frente estavam ocupados, além de já ter pessoas em pé na frente, com passageiros até sobre o segundo degrau da porta dianteira. Mas, temendo uma advertência da empresa, o motorista me pediu compreensão, pois não poderia me deixar entrar no veículo por outra porta a não ser a dianteira”, explicou Adriana.

Ela relatou ainda como o acidente aconteceu. “Metros depois no contorno que dá acesso ao fundo do Atacadão, com a inclinação do ônibus perdi o equilíbrio, que já estava muito difícil para mim, vindo a cair de costas. Tentando proteger a cabeça, caí entre o banco de acesso ao motorista e o motor do coletivo. A todo instante tive assistência necessária do referido motorista, o qual cumpria seu trabalho com ordens dos superiores. Devido a minha agitação de dores, não conseguia notar ou responder alguns questionamentos, mas soube que  a todo momento o mesmo entrava em contato com a SAMU, com a empresa e com a minha família. Além disso, muito tempo depois com muitos passageiros no ônibus, não hesitou em me conduzir a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde permaneceu ao meu lado, juntamente com outra passageira, até a chegada de uma familiar minha”, esclareceu.
Ainda de acordo com a vítima, esse não foi o primeiro acidente sofrido por ela dentro de um transporte público.

“Entreguei laudo médico no escritório da empresa Setranvasf  por volta do dia 10/08 deste ano, como solicitado anteriormente por uma funcionária, para que eu pudesse entrar pela porta traseira do ônibus, sem precisar passar com meu corpo pela catraca. Gentilmente, outra funcionária responsável pelas liberações de passe livre para deficientes entrou em contato com a gerência de Petrolina, onde solicitou que a mesma enviasse o laudo para resolverem meu problema. No dia 30, a gerência ainda não havia dado retorno ao escritório de Juazeiro. No último dia 11 telefonei para o escritório de Juazeiro e me pediram para entrar em contato com a advogada da empresa, o que não foi possível. Assim, tentei por dois dias falar com o representante, por ligação, no escritório de Petrolina, mas a única vez que consegui êxito, a ligação caiu. Desde então não consigo mais, pois o número está sempre ocupado. Como veem, medidas de prevenção já vinham sendo solicitadas, mas infelizmente, não me levaram a sério. Outro acidente já ocorreu comigo, também na parte da frente, na linha Tancredo Neves”.

Adriana finalizou fazendo alguns questionamentos à empresa Joalina e também para a prefeitura.

“Eu gostaria de questionar primeiro a empresa: O que fazer quando um passageiro não consegue adentrar no coletivo pela porta dianteira por não poder girar a catraca? Cadê o direito do cidadão à acessibilidade? Em segundo lugar questiono a prefeitura por qual motivo nossos ônibus não estão sendo fiscalizados quanto à questão de lugares para prioridades? Em vários ônibus eu pude presenciar a ausência de lugares identificados para idosos, deficientes/ gestante e lactantes. Essa situação pode ocorrer? Quando é permitido coletivos circularem superlotados e com a parte anterior a catraca cheia, arriscando até acontecer um acidente pior?”.

O PNB está enviando os questionamentos de Adriana Maria para a empresa de transporte público, Joalina, e também para a Prefeitura de Juazeiro.

Da Redação por Yonara Santos

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