Vaporzinho: Vândalos atacam, prefeitura não defende como deveria

2
 [new_royalslider id=”41″]

O Vapor Saldanha Marinho tem origem controversa. Alguns historiadores afirmam que foi construído pelo pai de Santos Dumont, Henrique Dumont, lá pelos idos de 1871 e inaugurou a navegação por vapores no Rio das Velhas (1876-1932). Há quem diga que foi construído nos Estados Unidos e navegou no Rio Mississipi. Há também a versão de que no final do século retrasado, a embarcação foi desmontada, enviada para o Brasil passando pelo Rio Amazonas, pelo Velhas e novamente desmontado para chegar ao povoado de Quinta do Sumidouro, próximo a Lagoa Santa, nas Minas Gerais, onde foi colocado no São Francisco e o primeiro por ele navegar. Fazia a rota Juazeiro – Pirapora, em Minas. Rio abaixo, rio acima, levava e trazia mercadorias e passageiros em viagens que duravam dois dias, cada e foi assim por seis décadas.

Quando começou a dar sinais de cansaço, as viagens foram interrompidas. Aposentou-se e foi parar numa praça do centro de Juazeiro, bem de frente para o rio, ganhando o status de cartão postal. Virou bar, restaurante e pizzaria. Foi atingido pelo fogo. Perdeu o lugar para o nada e foi transferido para outro canto também de frente para o rio.

Sem ocupação, o vapor começou a atrair ações de vandalismo.

Resolveram dar uma função ao gaiola e em 2014 passou a Centro de Informações Turísticas.

Encravado em um cenário de encher os olhos, com cascata na cabeceira e deitado num manto de água, na Orla Nova passou a ser a sede da Gerência de Turismo do município e balcão do Vapor do Vinho, principal roteiro enoturístico do Nordeste, de iniciativa particular.

 

 

Nos seus arredores, são realizados muitos eventos culturais e de entretenimento da cidade. Um espaço de encontro de jovens, que ganhou um morador insone: João Gilberto, em escultura perfeita do artista plástico Leo Santana, o mesmo que deu forma ao Drummond de Copacabana.

Novamente, este importante patrimônio cultural de Juazeiro volta a ser atacado por vândalos que agem longe dos olhos da segurança que não existe por lá. Por isso, não há mais piscina, nem cascata.

Sem manutenção, o gramado está feio e aí não é culpa dos marginais que destroem o equipamento público. Eles agem, mas o poder público municipal também não investe e isso significa o mesmo que abandonar.

Os criminosos arrancam as luminárias, arrombam portas, rasgam os painéis de divulgação do turismo, urinam, defecam, impunes.

Semana passada, visitando o Vaporzinho constatamos a depredação que se anuncia e registramos em fotos, como forma de alertar a prefeitura de Juazeiro a se responsabilizar pelo Saldanha Marinho.

Como sugestão, indicamos a revitalização do espaço e uma segurança fixa.

Permanecer argumentando que a “culpa é dos vândalos” não resolverá o problema e essa é a função da gestão municipal. Que encontre uma saída com a iniciativa particular e que explora o espaço, para que haja vigilância 24 horas.
Porque ladrão entra mesmo é em casa aberta, sem proteção. E o Vaporzinho é, sem dúvida, uma das peças mais valiosas que essa casa tem.

Um luxuoso bicentenário que merece respeito pelo tanto que representa para nossa história!

Da Redação Por Sibelle Fonseca

2 COMENTÁRIOS

  1. Juazeiro tem tecnologia de ponta, comercio, industria, polo universitário, riquezas naturais, bioma único, cultura diversa, povo bonito e acolhedor, outros. Eh bem verdade que temos problemas como qualquer outra cidade do porte dela! Mas precisamos enfrentar os problemas com atitude cidadã sem necessariamente denegrir e estigmatizar esta cidade com imagens negativas ou realidades absolutas. Qual cidade não apresenta problemas? Agora daí a definir como algo absoluto eh falta de inteligência, pois estaremos falando mau do nosso negócio. Quantas cidades por exemplo jogam esgotos in natura na sua orla, para exemplificar, e não vemos nenhum munícipe esculachar para o mundo como verdade absoluta e estigmatizada, como cidade do esgoto! Enfim vamos ser mais inteligentes e cidadãos participando do processo de desenvolvimento da nossa cidade, integrando ou fazendo parte dos meios legais de participação coletiva, vamos escolher melhor nossos representantes, vamos deixar de jogar lixo e escarrar no chão, vamos valorizar nossa cultura e para isto conhecer nossa historia de origem. Juazeiro hoje é a cidade que gera trabalho, oferece oportunidades em especial nesta atividade em que o vaporzinho eh a saída ou extensão do enoturismo. Primeiro vapor a navegar no São Francisco a pedido do Imperador D. Pedro II ao qual o pai de Santos Dummont foi o intermediador, vindo da Europa sendo o único vapor não advindo da América. Enfim quer queiram ou não, Juazeiro hoje retoma processo de desenvolvimento, após período de estagnação de pelo menos 4 décadas. Logo tenhamos a lucidez de perceber e resolver nossos problemas e buscar resolvê-los sem denegrir a imagem da nossa Juazeiro para o mundo, nem mais permitir”aves agorentas” trabalhar marketing negativo de uma cidade que eh bela sim! Porem maltratada por todos nós que não soubemos pensar esta cidade para o futuro quando: Cidade da lordeza (50), capital da irrigação (60) com advindo da primeira unidade de nível superior da região (Faculdade de Agronomia), hoje retoma o processo de desenvolvimento. Entretanto precisamos corrigir erros do passado não mais com poesia mas amar nossa cidade com cidadania – AMO MINHA CIDADE, LOGO CUIDO (Campanha Comtur). Jomar Benvindo / Presidente Comtu e filho de Juazeiro com muito orgulho! A melhor cidade do mundo, pois é a cidade que vivo e me serve

DEIXE UMA RESPOSTA

Comentar
Seu nome