
Todos os atentados terroristas do mundo nos cinco primeiros meses de 2017 não superam a quantidade de homicídios registrada no Brasil em três semanas de 2015. Em 498 ataques, 3.314 pessoas morreram, de acordo com levantamento da Esri Story Maps e da PeaceTech Lab. Segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, cerca de 3,4 mil pessoas foram assassinadas no Brasil a cada três semanas em 2015.
A comparação foi feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que divulgaram nesta segunda-feira (5) o Atlas da Violência 2017.
A pesquisa também fez análises no nível municipal e apontou que, entre as cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, Altamira, no Pará, teve a maior taxa de homicídios do país em 2015, com 105,2 casos para 100 mil pessoas.
Impactada pela construção da Usina de Belo Monte, a cidade, segundo a pesquisa, é um exemplo de como o crescimento rápido e desordenado pode ter implicações sobre o nível de criminalidade.
A taxa de homicídios da população negra no Brasil superou em quase 2,5 vezes a da população não negra em 2015, de acordo com o estudo do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O levantamento utilizou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Ministério da Saúde e mostra também que, enquanto a taxa de homicídios dos não negros caiu 12,2% entre 2005 e 2015, a dos negros subiu 18,2%.
Ainda de acordo com o Atlas da Violência 2017, os jovens de 15 a 29 anos são as principais vítimas de homicídio no Brasil e, entre 2012 e 2015, mais de 30 mil pessoas nessa faixa etária foram assassinadas por ano no país.
O estado da Bahia possui oito das 20 cidades mais violentas do Brasil. O “Atlas da Violência 2017”, colocou Lauro de Freitas (2º), Simões Filho (5º), Teixeira de Freitas (7º), Porto Seguro (9º), Barreiras (14º), Camaçari (15º), Alagoinhas (18º) e Eunápolis (19º) entre os 20 municípios mais violentos do país.