No último dia 6, domingo, seis quilombolas foram assassinados no Território Quilombola de Iúna, no município de Lençóis, região da Chapada Diamantina, na Bahia.
De acordo com informações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), responsável pela titulação de terras quilombolas, os assassinatos ocorreram em duas residências. As vítimas foram identificadas como Adeilton Brito de Souza, Gildásio Bispo das Neves, Amauri Pereira Silva, Valdir Pereira Silva, Marcos Pereira Silva e Cosme Rosário da Conceição.
A barbárie contra as comunidades quilombolas continuam, especialmente no Território Quilombola de Iúna, que recentemente foi palco de um outro assassinato. No último dia 16 de julho, Lindomar Fernandes Martins foi assassinado a tiros dentro do território com diversos disparos na cabeça, quando as autoridades classificaram o crime como roubo seguido de morte.
O Território Quilombola de Iúna é reconhecido e certificado pela Fundação Palmares como de remanescentes quilombolas e já tem o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) executado pelo Incra, importante documento para que as comunidades consigam a titulação definitiva de suas terras.
Somente neste mês já somam oito quilombolas assassinados na Bahia, elevando ainda mais os números dos conflitos no campo provocada pelo governo de Temer e os latifundiários.
Na próxima segunda-feira (14), o ouvidor-geral do Incra-BA, Adelson Gomes, viajará para o local, acompanhado da delegada agrária Giovanna Bonfim, que, segundo nota, se solidariza “com a comunidade de Iúna e com as famílias das vítimas”.
O caso está sendo investigado pela delegada da Polícia Civil, em Lençóis, Mariella Silvério, que apura a situação com a coleta de pistas e análises periciais.
Esses crimes ocorrem no momento em que o pedido do Partido dos Democratas (DEM) questionando a definição dos passos para certificação e titulação de comunidades quilombolas vai ser analisado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Somando uma ofensiva contra os trabalhadores sem-terra, indígenas e outras comunidades tradicionais.
Da Redação