Ex-integrantes da extinta banda New Hit e o segurança do grupo seguem em liberdade. No julgamento acerca do envolvimento deles no estupro coletivo de duas adolescentes, na tarde desta terça-feira, (15) a desembargadora Rita de Cássia Filgueiras pediu vista do processo, adiando o voto para o próximo dia 29 (terça-feira), quando a sessão será retomada.
O caso ocorreu em agosto de 2012, na cidade de Ruy Barbosa (a 232 Km de Salvador). Em audiência na sessão da Segunda Turma da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado (TJ/BA), no Centro Administrativo (CAB), além da magistrada, o desembargador Abelardo Paulo da Matta Neto não votou e irá aguardar a análise da desembargadora para emitir parecer.
Se o julgamento dependesse apenas dos desembargadores Lourival Trindade, relator do processo, e Nilson Castelo Branco, revisor, Alan Aragão Trigueiros, Edson Bomfim Berhends Santos, Eduardo Martins Daltro de Castro Sobrinho, Guilherme Augusto Campos Silva, Jhon Ghendow de Souza Silva, Michel Melo de Almeida, Wenslen Danilo Borges Lopes e Willian Ricardo de Farias, seriam, mais uma vez, condenados.
No parecer, eles sentenciaram oito anos de reclusão, a princípio, em regime fechado para cada condenado. Trindade e Castelo Branco decidiram, também, por absolver, por falta de provas, o ex-integrante da banda Jefferson Pinto dos Santos e o segurança Carlos Frederico Santos de Aragão.
Defesa
Durante o julgamento, o advogado Alfredo Venet, um dos cinco defensores dos acusados, argumentou que seus clientes não praticaram crime sexual, já que as adolescentes consentiram o ato. “As provas que constam nos autos não indicam que houve estupro. Tanto, que não foi achado nenhum vestígio de material genético dos meninos nelas”, afirmou.
A defesa das duas adolescentes foi feita por representantes do Ministério Público do Estado (MP/ BA). “O resultado foi bom. Esse tempo serve para que os desembargadores possam analisar os absurdos apresentados pelos advogados [New Hit] em relação às provas, que foram minuciosamente investigadas”, disse a promotora de justiça e coordenadora da área de Direitos Humanos do MP, Márcia Teixeira.
As duas adolescentes, à época com 16 anos, acusaram os integrantes da New Hit de estupro dentro do ônibus da banda, após uma apresentação do grupo, em Ruy Barbosa.
Na ocasião, as meninas disseram que foram tirar foto com os acusados e forçadas a manter relação sexual com eles.
Andrezza Moura/A Tarde Online