Após provocar divergência entre líderes da igreja católica em Petrolina-PE, o “shopping popular” pode não ser construído nas adjacências do Palácio Diocesano do município. Segundo informações da Secretaria de Cultura de Pernambuco, o prédio vai entrar em processo de tombamento como patrimônio histórico da cidade.
O processo foi solicitado pelo bispo emérito da diocese, Dom Paulo Cardoso. O órgão estadual atendeu ao pedido e declarou que enquanto o processo de tombamento estiver tramitando, o palácio diocesano ficará protegido.
O líder religioso já havia declarado, publicamente, que a possível intervenção seria uma irreparável agressão ao prédio, que ficaria impossibilitado de receber um futuro Bispo. O Frei ainda se declarou “amargurado e entristecido” com o projeto.
O administrador diocesano de Petrolina, Padre Antonio Malan, rebateu as declarações do bispo emérito e falou que “a argumentação de zelo pelo patrimônio histórico é incompatível com a omissão em relação aos efeitos do tempo nas construções”. O padre disse ainda que “a exposição dos assuntos eclesiais e administrativos da Diocese, como foi feita, causa profundo mal-estar em todo o corpo eclesial da Diocese”.
O anúncio das vendas dos boxes do futuro shopping da cidade já vinha sendo feito e segundo informações de petrolinenses indignados com o projeto, as árvores da área externa do Palácio já foram destruídas. Uma petição popular pela conservação do Palácio Diocesano foi criada e endereçada ao Presidente da Câmara dos Vereadores do município.
No último dia 24, a Comissão de Obras da Câmara Municipal solicitou a interdição da obra e registrou uma denúncia no Ministério Público de Pernambuco (MPPE), em Petrolina. A promotora de justiça, Ana Rúbia Torres de Carvalho, instaurou procedimento para apurar o caso.
