Parada do Orgulho Gay de Salvador pede paz em 16ª edição

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Foto: Luciano da Matta/Agência A Tarde
Foto: Luciano da Matta/Agência A Tarde

 

A praça do Campo Grande, no centro da capital baiana, foi pintada com as cores do arco-íris na tarde deste domingo, 10, na 16ª edição da Parada do Orgulho LGBTI de Salvador. Levando mensagem de respeito à diversidade, o evento lotou o espaço.

Já eram mais de 16h quando gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e intersexuais ergueram uma bandeira em frente ao trio oficial do Grupo Gay da Bahia (GGB), organizador da caminhada.

Ao mesmo tempo, em cima do carro de som, a humorista e youtuber Tia Má, personagem da jornalista Maíra Azevedo, recebia a faixa de madrinha da festa deste ano das mãos da drag Bagageryer Spielberg. A outra homenageada da edição, a produtora Flora Gil, não compareceu ao evento, que teve como tema a paz.

Por isso, a bandeira da comunidade LGBTI teve a cor branca agregada. Na saída, um ijexá saudou Oxalá, orixá sincretizado com Senhor do Bonfim e que representa a paz. Na sequência, a multidão dançou ao som de I Will Survive – imortalizada na voz da cantora americana Gloria Gaynor e que virou hino mundial dos gays –, e de hits de divas pop como Anita, Pablo Vittar e Beyoncé.

Ao discusar, o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, lembrou do número de LGBTIs mortos violentamente na Bahia. “A discriminação e o preconceito ainda estão presentes, por isso estamos pedindo paz a Oxalá”, afirmou o ativista.

Já Maíra Azevedo usou toda irreverência para tratar de homofobia e preconceito. Para ela, “ser madrinha da parada aumenta a responsabilidade de se dedicar por um mundo mais justo”.

“Precisamos exigir respeito. Não quero que ninguém seja tolerado. Tira o sapatinho e bota o pé no chão, descompreendidos! Vão cuidar da suas vidas e deixa o menino e a menina pegarem quem eles quiserem”, falou, arrancando aplausos da multidão.

Personagens

No meio do público, a dupla de cabeleireiros Déo e Davi chamava atenção fantasiada de pirulito. Refletindo cores cintilantes, Nicole Cuzcuz e Diana Deyse, as personagens da dupla, eram abordadas para fotos a cada passo. O objetivo da produção? Pedir respeito.

“Queremos passar a mensagem de que a Bahia é gay, dizer não à homofobia e ao preconceito”, disse Davi.

Na frente dele, o trio da Uber apostava no funk para atrair o público. No ponto alto do desfile, que seguiu em direção à praça Castro Alves e voltou pela rua Carlos Gomes, as cantoras Karol Konka, Lorena Simpson e Valesca Popozuda animaram os soteropolitanos.

Um palco montado na esquina do Campo Grande com a avenida Araújo Pinho, no Canela, também recebeu atrações. Ao lado, no momento mais tenso da tarde, uma lata de lixo foi incendiada. O fogo foi controlado 40 minutos depois.

O incidente não foi capaz de tirar o brilho da festa. O administrador Jorge Nascimento, 42, curtiu com os amigos. “Isso aqui é um espaço de resistência e felicidade, mesmo que façam coisas desse tipo”, ponderou.

Yuri Silva/A Tarde Online

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