Representantes do STR de Juazeiro e Gerente Regional do Trabalho falam sobre Força-Tarefa realizada na Agrovale e em fazendas da região

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O Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Juazeiro, Emerson Mitu, o Secretário de trabalhadores assalariados e a Gerente Regional do Ministério do Trabalho e Auditora do Trabalho, Edésia Barros, foram os entrevistados de hoje (02), no programa “Palavra de Mulher”, na Web. Eles falaram sobre a força-tarefa, que teve como objetivo combater  o trabalho análogo ao escravo no norte da Bahia, realizada pela Polícia Rodoviária Federal, Ministério do Trabalho, Defensoria Pública da União e Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia.

A ação, que teve início no dia 24 de setembro, culminou com o registro de  irregularidades trabalhistas em fazendas situadas nos municípios de Juazeiro, Casa Nova e Curaçá, no norte da Bahia. Segundo a PRF e MT, uma das situações mais graves encontrada foi na colheita da cana de açúcar, em fazenda da empresa Agrovale, situada em Juazeiro.

De acordo com A PRF e o MT, trabalhadores oriundos de outros Estados e municípios estavam trabalhando há sete horas consecutivas em uma atividade extenuante como o corte da cana, sem a concessão de qualquer pausa, sem o fornecimento de refeições e utilizando EPIs danificados. A quantidade de água também era insuficiente, os sanitários das frentes de trabalho estavam sem condições de uso, os alojamentos eram extremamente precários, sem local apropriado para guarda de alimentos, pertences pessoais, ou espaços de lazer. Clique aqui e saiba mais sobre a força-tarefa.

Em nota, a Agrovale rebateu as conclusões de irregularidades trabalhistas da força-tarefa. Clique aqui e veja.

Durante a entrevista, Emerson Mitu, falou sobre a atuação do Sindicato na região. “Essa já é a segunda vez que essa ação é realizada aqui e não há a identificação de trabalho escravo na nossa região. O Sindicato tem feito o seu papel com muita força, a exemplo do nosso acordo coletivo com as empresas para a não contratação de trabalhadores sem carteira assinada. Nós conquistamos também água potável gelada no local de trabalho, que chegou a ser uma pauta tão importante, quanto o reajuste de salário nas nossas convenções coletivas. Mas além da gente conquistar, é preciso fiscalizar se os acordos estão sendo cumpridos pelas empresas”, declarou Mitu

Ele também destacou que a Agrovale tem melhorado as condições de trabalho para os trabalhadores. “Claro que a gente tem que avançar, mas muitos direitos já foram conquistados para os trabalhadores da região. Na Agrovale, por exemplo, um trabalhador morreu por trabalhar exaustivamente, mas hoje isso não acontece mais”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Juazeiro.

Os internautas também participaram da entrevista, deixando suas opiniões, através de comentários na página do Portal Preto No Branco, no Facebook. O estudante de Jornalismo, Danilo Souza, escreveu: “Não consigo encontrar uma posição consistente na fala dessas pessoas. Sabemos do mal que a dita empresa faz não só para trabalhadoras e trabalhadores, mas também para a população juazeirense que respira fumaça todas as noites”.

Ele completou afirmando que “ao que parece há uma romantização na relação do Sindicato com a Agrovale. Triste realidade dos trabalhadores e trabalhadoras”, criticou o internauta.

O educador, Emanuel Lucas, também criticou as ações da Agrovale. “Não encontraram condições análogas ao trabalho escravo? Claro que não! O trabalho escravo no Brasil sempre foi regulamentado. A única diferença agora é que são trabalhadores/as que recebem um ”salário”. Olha só para a cor das pessoas que trabalham nestes canaviais, olha só para o que esta empresa faz com o rio, olha só para o que essa empresa faz com a cidade, nas suas grandes queimas. Vejamos, minha gente. A colonização ainda tá aqui, aos nossos olhos”, escreveu Emanuel.

O programa encerrou com a participação da Gerente Regional do Ministério do Trabalho e Auditora do Trabalho, Edésia Barros, que destacou a importância da realização da força-tarefa. “Nós não podemos negar que foram encontradas situações que a gente não esperava encontrar na Agrovale, confirmando as denúncias. Os trabalhadores estavam desde as 05h, trabalhando sem pausas, e às 13h  ainda não tinha chegado a alimentação. Também não havia água suficiente e isso é grave. É importante esclarecer que essa situação não foi encontrada em toda a Agrovale, mas em uma frente de trabalho, que foi interditada até a regularização das condições de trabalho”, informou Edésia Barros.

Veja a entrevista na íntegra:

 

Da Redação Por Yonara Santos

Fotos Juliano Ferreira

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