Alertado da prisão nesta quinta-feira (5) de Carlos Arthur Nuzman, 75, o Comitê Olímpico Internacional (COI) já admite tomar medidas preventivas em relação ao dirigente.
O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e Leonardo Gryner, seu braço direito no comitê organizador da Rio-16, também preso, são suspeitos de atuarem na compra de votos para a escolha da cidade para sediar os Jogos Olímpicos.
Nuzman é membro honorário da entidade e faz parte do comitê de coordenação dos Jogos de Tóquio-2020. Entre as medidas cabíveis, está o afastamento do brasileiro das funções.
Apesar disso, o comitê olímpico afirmou que respeitará a presunção de inocência e o direito de Nuzman apresentar defesa.
“O chefe da comissão de ética e o oficial de compliance pediram às autoridades brasileiras acesso a todas as informações disponíveis para que o COI possa conduzir uma investigação própria, e também ofereceu cooperação total [com a apuração] no Brasil”, afirmou nota enviada pelo comitê olímpico.
“Dados os novos fatos, a comissão de ética do COI pode considerar tomar medidas preventivas, embora respeite o direito de o senhor Nuzman ser ouvido”.
No comunicado, o COI disse que sua comissão de ética iniciou trabalhos assim que as suspeitas de participação de Nuzman em esquema de compra de votos foram feitas, no início de setembro.
De acordo com a entidade, uma apuração interna está em andamento. Um novo posicionamento só será feito após uma recomendação da comissão de ética.
Deverá ser feito um relatório a partir das constatações obtidas pelas autoridades brasileiras e pela comissão de ética do comitê –atualmente presidida pelo ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon. Depois, o documento é encaminhado ao comitê executivo do COI, que toma a decisão concernente.
A direção do COI, liderada por seu presidente, o alemão Thomas Bach, tem sofrido pressão de seus mais de 90 membros para que se tome uma atitude enfática em relação a Nuzman.
Na sessão da entidade em Lima (Peru), no mês passado, o ex-vice-presidente Richard Pound expressou insatisfação com a conduta passiva do comitê.
Outros membros influentes, como o suíço Patrick Baumann e a marroquina Nawal el Moutawakel –chefe da coordenação da Rio-2016–, evitaram comentar o caso.
Bach afirmou à época que, como a investigação ainda estava no campo da suspeita, iria aguardar para tomar qualquer atitude.
Folhapress