A manifestação #EleNão, em repúdio ao candidato a presidente Jair Bolsonaro, se espalhou por cidades brasileiras neste sábado (29). Foi a maior manifestação de mulheres da história do Brasil, de acordo com Céli Regina Jardim Pinto, autora do livro “Uma história do feminismo no Brasil” e professora do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
“O feminismo da minha geração era formado por mulheres acadêmicas ou de movimentos sociais. Teve muita influência na Constituição de 1988, mas era muito fechado em um grupo. Ainda por cima, era muito mal visto tanto pela sociedade mais conservadora como pela própria esquerda.O que aconteceu agora foi uma popularização do feminismo. Está espraiado na sociedade. Ninguém mais pode dizer que é contra os direitos das mulheres,”afirmou a professora.
O movimento de sábado rechaçou o comportamento e as declarações machistas, racistas, homofóbicas e contra os direitos da mulher e direitos humanos, que partem do candidato do PSL, desde que se lançou na política e mais fortemente, com a proximidade das eleições.
Houve manifestações em várias cidades e capitais de todo os estados brasileiros. Também foram realizados atos em diferentes cidades do mundo, como Nova York, Lisboa, Paris e Londres. As maiores manifestações aconteceram em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Mulheres de Petrolina, Pernambuco, aderiram ao movimento e na manhã de sábado, uma multidão ocupou as ruas da cidade.
Trabalhadoras e profissionais dos diversos segmentos, estudantes, donas de casas, professoras, artistas e militantes feministas se concentraram no Bambuzinho, tomando as principais ruas da cidade até chegar a orla, já por volta do meio dia.
Enfrentando o sol quente do sertão, mulheres e também homens que apoiam as pautas da mulheres, cantavam e proferiam palavras de ordem contra o fascismo, o machismo, o racismo e a homofobia.
Uma grande manifestação que ao longo do percusso, foi ganhando adeptos e apoiadores do #elenão. Comerciantes, comerciários e consumidores que estavam no centro de Petrolina, viram a “mulherada” passar, pedindo paz, respeito e igualdade com muita força e entusiasmo.
Juazeiro não aderiu ao movimento nacional. Na Praça Santiago Maior, também no sábado pela manhã, um grupo de apoiadores do presidenciável Fernando Haddad (PT), realizou uma manifestação, quando também foi feito um protesto a candidatura do capitão da reserva.
Veja vídeo da manifestação em Petrolina.
Fotos de Petrolina: Lizandra Martins
Da Redação