O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 6ª feira (3.jan.2020) que quer propor 1 projeto para que os partidos possam doar o fundo eleitoral. “Eu não quero briga com o Parlamento, eu quero uma solução para o Brasil. Se eu tiver oportunidade, eu quero apresentar 1 projeto, ou o próprio Parlamento (ter) 1 projeto, que o dinheiro do fundão os partidos possam usá-lo na Santa Casa, por exemplo, para reformar uma escola, para fazer uma ponte… Aí sim eu acho que estaria sendo bem usado esse recurso”, afirmou.
“Ou então revogue a lei de 2017, não bota no meu colo 1 problema que não é meu, eu não tenho nada a ver com isso, eu sou apenas executor da Constituição, das leis, e tenho que buscar harmonia com os Poderes”, continuou. Aprovado pelo Congresso no valor de R$ 2 bilhões, o fundão pode ser vetado ou sancionado pelo presidente.
No início de novembro, Bolsonaro disse a apoiadores na entrada do Alvorada que poderia vetar o dispositivo, mas desde o mês passado vem indicando que deve sancioná-lo, com o argumento de que o veto poderia ser considerado 1 crime contra a responsabilidade, resultando em impeachment.
Nesta manhã, voltou a sugerir a sanção e quis se isentar do tema, dizendo que o fundo foi aprovado em 2017 e que o valor tem de estar de acordo com a Legislação. “Eu não vi ninguém ser contra o fundão em 2017, a imprensa apoiou, inclusive, dizendo que ia achar a interferência da iniciativa privada nas eleições. Agora está estourando no meu colo essa bomba. Eu sou escravo da Constituição assim como vocês, como todo brasileiro”, disse.
O presidente disse que quer manter a “harmonia” com os congressistas. “Muita gente acha que eu tenho que ser o machão. ‘Ah, bate no parlamento, bate no Judiciário’. Não tenho que bater em ninguém, eu tenho que buscar meios pra tirar 12, 13 milhões do desemprego no Brasil, diminuir a pobreza, consertar esse sistema educacional lixo que está aí baseado no Paulo Freire”.
REFORMA ADMINISTRATIVA
Bolsonaro também falou sobre a reforma administrativa, que será apresentada este ano pelo governo ao Congresso. Sem estabelecer 1 prazo para a apresentação do texto, disse que está conversando com a equipe econômica para fechar uma proposta que veja “números e pessoas”.
“Vamos discutir esse assunto novamente para dar 1 polimento nela. Nós queremos uma reforma administrativa que não cause nada de abrupto na sociedade, não dá para consertar uma calça velha com remendo de aço”, disse.
VIAGEM AOS EUA
O presidente anunciou que vai viajar em fevereiro para os EUA. Na agenda, até o momento, nada de encontro com o presidente norte-americano Donald Trump, mas uma reunião com empresários e militares do ramo de energia.
Segundo Bolsonaro, eles vão apresentar uma tecnologia que permite “a transmissão da energia elétrica sem meios físicos”. O objetivo é “resolver o problema de energia elétrica de Roraima passando por cima da floresta”.
O encontro com Trump vai, de acordo com Bolsonaro, “depender do momento”. Ele não comentou o ataque dos EUA em Bagdá, que matou o general Qassim Soleimani, do Irã. Disse que ainda está se inteirando do assunto.
Bolsonaro também falou da relação com o presidente da Argentina, Alberto Fernández. Disse que está à disposição para conversar com ele e que espera que o aumento de taxas de exportação que estão sendo feitos por ele não afetem o Brasil. “Não me furtaria, se ele quiser falar comigo, de recebê-lo aqui com todas as honras que 1 chefe de Estado merece”.
Poder 360