(foto: Reprodução/Facebook)
O presidente Jair Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo nesta 4ª feira (9.jan.2020) durante o pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito dos ataques a mísseis feitos pelo Irã a bases militares norte-americanas instaladas no Iraque.
“A verdade tem que fazer parte do nosso dia a dia; de que nós queremos paz no mundo”, disse o capitão ao fim do discurso do norte-americano. Bolsonaro destacou que a Constituição Federal, em seu Artigo 4º, afirma que o Brasil deve se reger em suas relações internacionais “na defesa da paz e no repúdio ao terrorismo”.
Bolsonaro mencionou mais de uma vez o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Disse que o petista, enquanto exerceu a Presidência, defendeu que o Irã pudesse enriquecer urânio “acima de 20%” porque “seria para fim pacífico”. Notícias da época, no entanto, não deixam claro esse suposto posicionamento de Lula.
“Muitos acham que o Brasil deve se omitir no tocante aos conhecimentos, aos acontecimentos. Queria dizer apenas uma coisa: o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto presidente da República, esteve no Irã. E lá defendeu que aquele regime pudesse enriquecer urânio acima de 20%, que seria para fim pacífico”, disse o capitão.
No dia 23 de novembro de 2009, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, ao lado do então presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que aquele país pudesse desenvolver 1 programa nuclear pacífico e disse que o Brasil sonha com 1 Oriente Médio sem armas do gênero, como ocorre na América Latina.
“O que nós temos defendido há muito tempo é que o Irã possa produzir urânio para desenvolvimento de energia tanto quanto o Brasil tem feito”, falou Lula, na ocasião.
Reportagem do G1 publicada à época mostra que Ahmadinejad defendeu enriquecer urânio a 20% –e não acima disso. O presidente iraniano também teria aceitado comprar de outros países para evitar a polêmica sobre produção de armas nucleares.
Já no dia 17 de maio de 2010, Brasil, Irã e Turquia assinaram acordo para a troca de urânio iraniano por combustível nuclear enriquecido a 20% em território turco. O objetivo era justamente superar o impasse internacional gerado pelo enriquecimento de urânio em Teerã, capital do Irã.
O ato de assinatura do acordo teve novamente as presenças de Lula e Ahmadinejad, bem como do então primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. O projeto foi resultado da mediação da diplomacia brasileira.
O Irã começou a enriquecer urânio a 20% no dia 9 de fevereiro. A operação foi criticada por potências ocidentais. O temor de parte da comunidade internacional é de que aquele país tente produzir armamento nuclear.
O Poder360 perguntou ao PT se responderia à fala de Bolsonaro e ainda aguarda resposta.
Poder 360