O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a quebra do monopólio dos Correios como forma de melhorar o serviço e reduzir custos da empresa. O comentário, feito no Twitter na noite dessa terça-feira (7), foi em resposta a uma declaração do presidente Jair Bolsonaro, que reconheceu enfrentar dificuldades para privatizar a estatal. “Se pudesse privatizar hoje, privatizaria”, disse Bolsonaro ontem.
Para Maia, Bolsonaro pode investir em outro caminho que não a privatização para recuperar os Correios. “Não precisa privatizar. Se quebrarmos o monopólio, vamos conseguir concorrência, melhorar o serviço e com um custo menor”, afirmou.
Defensor das privatizações, o presidente da Câmara cobrou em outubro mudança radical na gestão da estatal. Na ocasião, disse que a estrutura mantida pela empresa é cada vez menos necessária ao longo do tempo: “Não se sabe por que os Correios ainda têm a estrutura que têm”.
Bolsonaro admitiu em conversa com jornalistas, nessa terça, que tem encontrado dificuldades para privatizar os Correios. Ele lembrou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que definiu que as empresas-mães não podem ser privatizadas sem o aval do Congresso e afirmou que uma possível privatização da empresa mexeria com muitos funcionários.
“Você mexe nessas privatizações com centenas, dezenas de milhares de servidores. É um passivo grande. Você tem que buscar solução para tudo isso. Você não pode jogar os caras para cima. Eles têm que ter as suas garantias. Tem que ter um comprador para aquilo. É devagar. Tem o TCU com lupa em cima de você. Não são fáceis as privatizações”, disse.
O governo também enfrenta dificuldade para privatizar a Eletrobras. A proposta é rejeitada pelos senadores das regiões Norte e Nordeste. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), já avisou que não há chance de a Casa aprovar a venda da estatal pelo preço sugerido pelo governo, de R$ 15 bilhões.
“Só a concessão da hidrelétrica de Tucuruí, que será renovada em 2022, vale R$ 30 bilhões, como a Eletrobras vai ser capitalizada em R$ 15 bilhões?”, questionou em café da manhã com jornalistas em dezembro. Segundo ele, os senadores estimam que a empresa não pode ser vendida por menos de R$ 120 bilhões.
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