Na última sexta-feira (31), os Conselhos Municipais de Defesa dos Direitos da Mulher, de Cultura e dos Direitos Humanos, de Juazeiro enviaram um ofício ao Prefeito Paulo Bomfim e ao Coordenador do Carnaval de Juazeiro 2020, Samuel Morais, repudiando e cobrando o cancelamento da contratação do cantor Igor Kannário. O “Príncipe do Gueto”, como é conhecido, foi confirmado como uma das atrações que vai puxar a pipoca no segundo dia da festa momesca, que ocorrerá de 07 a 09 de fevereiro.
O ofício conjunto cobra o cumprimento da lei municipal 2.707/2017, conhecida como Lei Antibaixaria, que dispõe em seu artigo 1º: “É vedado que artistas contratados com recursos públicos do município ao executarem suas músicas, danças ou coreografias, incentivem violência contra mulheres, contenham manifestações de homofobia ou discriminação racial”.
O documento afirma ainda que Kannário incentivou a violência no carnaval de 2019 e lembrou do homicídio que vitimou o jovem Igor José, que ocorreu durante a pipoca do cantor baiano. Os conselhos solicitaram ainda a disponibilização dos repertórios das demais atrações contratadas para o Carnaval de Juazeiro 2020.
Em resposta, a coordenação do carnaval informou que “solicitou aos Conselhos alguma comprovação da correlação do fato citado em nota, ocorrido no período do Carnaval de 2019, com a apresentação do cantor Igor Kannário”.
Sobre a acusação de descumprimento da Lei Antibaixaria, a equipe afirmou que a norma é “seguida à risca pela coordenação, que reitera o respeito à luta das mulheres e das minorias. E o único objetivo é promover um carnaval de paz, alegria e respeito”.
A coordenação do carnaval finalizou falando sobre as atrações contratadas para os blocos. “A contratação de bandas e artistas pelos blocos privados fica a critério das instituições carnavalescas, não podendo o município fazer nenhuma espécie de censura”, concluiu.
Da Redação
As atenções estão sendo voltadas somente para o Kanario, mas o tal Poeta, que também faz parte da programação oficial, tem um repertório notadamente machista e sexista. Isso também não fere a lei antibaixaria, Senhores?