(Amilton era pai de quatro filhos. Foto: arquivo pessoal)
O dia dos Pais costumava ser um dia de muita alegria na casa do juazeirense Amilton, que ficava pequena pra tanto amor, quando os quatro filhos e os netos se reuniam para celebrar a data. Aliás, “Véi”, como era carinhosamente conhecido, parecia cada vez mais feliz com a chegada dos pequenos, que também o amavam como pai.
(Amilton adorava ficar cercado dos netos. Foto: arquivo pessoal)
Mas neste 09 de agosto a casa ficará mais silenciosa, sem a gargalhada do pai e do avô. No dia 22 de junho, aos 60 anos, Véi perdeu a batalha para a Covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus.
“Ele sempre foi um guerreiro, e dedicou toda a sua vida a nossa família. Meu pai era uma pessoa maravilhosa, que por onde passava levava sua alegria, contagiando todos a sua volta”, descreveu o filho Paulo César.
Não se sabe exatamente como o idoso pegou a doença. Véi deu entrada no hospital com sintomas da Covid-19 e morreu cinco dias depois.
“Meu pai era nosso melhor amigo. Ele vai ser sempre meu pai e meu grande amigo”, disse o filho emocionado.
(O Flamengo era uma das suas paixões. Vídeo: arquivo pessoal)
Flamenguista de coração e que vibrava a cada conquista do rubro-negro, Véi também fez história no futebol da região, como treinador.
“Ele se foi mas deixou a sua marca por todos os cantos de Juazeiro. Fez um grande trabalho nos campeonatos da região como o melhor treinador. Ele também era o melhor avô e pai do mundo”, lembrou o filho, que agora junto a família busca forças para amenizar a dor pela perda do pai.
“Valorizem as pessoas que vocês amam. Cuidar e proteger quem está ao nosso lado é o melhor presente que a gente pode oferecer ao outro”, concluiu Paulo César.
A dor desta família dilacera o coração de outras milhares que perderam os seus para a covid 19.
Até esse domingo, 66 famílias de Juazeiro, no norte da Bahia, já perderam seus entes queridos para o vírus. Em todo o Brasil, mais de 100 mil pessoas já morreram vítimas da doença, a grande maioria homens, que deixaram filhos órfãs e fizeram deste dia dos pais, um dos mais tristes da história.
Este é um domingo de muita saudade também para os pais que não podem abraçar os filhos e para os filhos que evitaram o almoço em família, como prova de amor e cuidado. Ainda que seja estranho e triste, o distanciamento social é o melhor presente neste Dia dos Pais de plena pandemia.
Ainda assim vamos celebrar a vida e a missão dos pais que se eternizam pelo exemplo, pelos princípios repassados e pela doação aos seus filhos. E estarão sempre vivos na memória e na história de cada um deles.
E vamos celebrar também a alegria dos filhos e filhas dos pais, que venceram mais uma luta e se recuperaram do perverso e poderoso vírus.
Da Redação Por Yonara Santos
Que depoimento, bastante emoção.
Muito linda essa homenagem!