(Foto: arquivo)
Os municípios de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e Juazeiro, no Norte da Bahia, reduziram a testagem da Covid-19 no mês de setembro. O dado é resultado da pesquisa sobre a evolução da doença na região do Vale do São Francisco, realizada pela Facape.
De acordo com o coordenador do estudo, o professor João Ricardo Lima, a Secretaria de Saúde de Petrolina realizou aproximadamente 1.000 testes a menos em comparação ao mês de agosto. Os pesquisadores destacaram ainda os dois feriados de setembro em que não foram feitos testes (dias 7 e 21), nos finais de semana.
A pesquisa apontou ainda que a redução na testagem influenciou a diminuição no número de novos casos em Petrolina. Foram registrados 1.237 novos casos em setembro e 1. 387 em agosto.
“Em agosto, ao contrário, sem feriados e com testagem, em um sábado foram confirmados 90 novos casos. Isto foi fundamental para que os novos casos em setembro não superasem agosto.” explicou o coordenador da pesquisa.
Já a SESAU de Juazeiro, realizou apenas 1.050 testes durante todo o mês de setembro, que segundo os pesquisadores, representa menos da metade do que foi testado em agosto e 1/6 da quantidade de testes realizados em Petrolina.
“Com tão poucos testes, a quantidade de novos casos em Juazeiro caiu drasticamente, cerca de 62%. Em setembro, com isso, Petrolina teve 267% mais casos novos do que Juazeiro”, afirmaram os pesquisadores.
Já em relação ao número de óbitos decorrentes da Covid-19, a cidade baiana teve quase o dobro de mortes comparado a Petrolina. Em comparação ao mês de agosto o aumento foi de 38%.
Em Petrolina houve uma queda na quantidade de novos óbitos de 50%. “Como os índices de isolamento das duas cidades são praticamente iguais, cerca de 38%, a única explicação possível para esta brutal diferença na quantidade de novos casos nas duas cidades é a enorme diferença de testagem. A pandemia ainda não acabou, não existe vacina, e outros países da Europa já estão vivenciando uma segunda onda de novos casos. Desta forma, para que a crise sanitária não piore a nossa crise econômica e social, é importante as pessoas se conscientizarem de que é preciso manter o distanciamento, usar máscara, álcool gel, evitar aglomerações. Este é, até o momento, o que podemos fazer.” alerta João Ricardo.
Da Redação