O presidente Jair Bolsonaro disse ao deixar o hospital neste domingo (18) que Brasília é “o paraíso dos lobistas” e que teria “apertado a mão” dos intermediários que ofereceram doses de vacina Coronavac ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
Segundo a TV CNN, em 11 de março de 2021, Pazuello aparece em um vídeo ao lado de quatro pessoas e afirma a possibilidade de negociar 30 milhões de doses da vacina “no mais curto prazo possível”. A proposta oferecida ao ministro era de US$ 28 por dose da vacina. O valor, no entanto, é quase três vezes maior do que o contrato com o Instituto Butantan, que já estava firmado pelo governo brasileiro desde janeiro.
“Brasília é o paraíso dos lobistas. Todos pressionavam por vacinas. Muitas pessoas foram recebidas no ministério. O próprio traje do Pazuello, ele está sem paletó. Aquele pessoal se reuniu com diretor responsável por possível compra lá no ministério e na saída conversou. Agora, se fosse algo secreto, algo superfaturado, ele estaria dando entrevista ou estaria escondido no porão do ministério?”, perguntou Bolsonaro.
Segundo o presidente, “acusar de corrupção por algo que não compramos, não pagamos, é má fé”. “Eles queriam que pagassem 50% adiantando. Dar bilhões para um cara para receber vacina não sei quando. Não existe isso”, afirmou o presidente.
Ao ser questionado sobre se foi normal a postura de Pazuello, Bolsonaro disse: “Se eu tivesse na Saúde teria apertado a mão daqueles ‘caras tudo’. O receber, ele não tava sentado na mesa. E se fosse propina não daria entrevista.”