Aos 92 anos, o histórico prédio da Sociedade dos Artífices Juazeirenses escreveu na madrugada deste sábado (02), um triste capítulo da sua história. Construída pelas mãos de operários que almejavam um clube onde não se sentissem excluídos, parte da estrutura não resistiu aos longos anos de abandono e foi ao chão.
O cenário de beleza e ascensão das grandes festas realizadas na década de 70, quando o clube chegou a disputar espaço com as tradicionais 28 de setembro e Apolo, agora dão lugar a escombros e ruínas.
Foram anos pedindo socorro e apesar da sua beleza arquitetônica e da sua importância na construção da história cultural de Juazeiro, o comprometimento da sua estrutura ficou invisível diante dos olhos dos responsáveis pelo imóvel e do poder público.
O advogado Márcio Jandir falou ao PNB sobre o sentimento em ver o clube, que faz parte da sua infância, desmoronando. O pai do advogado, Seu Melquíades Soares, fez parte da diretoria do clube, por muitos anos.
“Cresci nos salões do Clube dos Artífices Juazeirenses. Hoje acordei com a triste notícia do desmoronamento das suas paredes. Nos últimos momentos da vida de meu pai uma de suas aflições era a situação do Clube dos Artificies. Seu pesadelo veio se concretizando com o tempo. Os sócios envelheceram, faleceram em sua maioria. O clube está em situação irregular e sem gestão. As autoridades devem convocar os sócios para que retomem a rotina do clube que tanto já contribuiu com nossa Cidade”, disse Márcio.
O desmoronamento de parte do prédio repercutiu nas redes sociais. Entre recordações, muitas pessoas lamentaram as consequências do abandono do prédio histórico.
O Coronel e ex-candidato a prefeito de Juazeiro, Anselmo Bispo, também se manifestou sobre o ocorrido.
“Lamentável! Tenho viva lembrança de meu pai ensinando a Filarmônica 1° de Maio, o Coral de Bebela e ministrando aulas de música lá. As pessoas que ‘amam’ Juazeiro estão assassinando a sua história. Até quando?” questionou.
O bailarino Geraldo Pontes, manifestou tristeza com a situação.
“Muito triste. A cultura e a memória de Juazeiro se acabando”, lamentou o bailarino Gel Pontes.
O jornalista Raphael Leal atribuiu a responsabilidade do desabamento do prédio a atual presidência da Sociedade dos Artífices Juazeirenses.
“A responsabilidade, ou irresponsabilidade, pela queda da parede do clube dos Artíficies é evidente. Quem tinha a chave, que se sentia dono, ou dona, é quem tem culpa. Nada fez, nem deixou ninguém fazer. Não fez um projeto de restauração, nada. Em memória de Seu Barbeirinho, eu repudio esses “donos e donas de Juazeiro”. Saul Rosas, Antônio Bigodinho, Sinhô, e todos os fundadores: presente!”
A presidente do Clube dos Artífices e responsáveis pelo prédio, a ex-vereadora Flor de Maria, até o momento, não se manifestou sobre o desabamento.
Da Redação