Empregabilidade LGBTQIA+: Ministério Público do Trabalho promove encontro com participação da drag queen Rita Von Hunty

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O Ministério Público do Trabalho (MPT), promove, nesta sexta-feira (26), o Encontro Anual Empregabilidade LGBTQIA+ para discutir o tema da inclusão deste grupo no mercado de trabalho. Realizado na modalidade virtual, o evento será transmitido pelo canal do YouTube da instituição e composto por palestras, com destaque para a drag queen, artista, professor e youtuber Rita Von Hunty, que abordará as “Microagressões cotidianas” vivenciadas pelas pessoas LGBTQIA. Também serão apresentados os resultados da pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) “Diversidade Aprendiz”.

O procurador do MPT Rogério de Almeida Pinto Guimarães apresentará, no evento, o “Projeto Empregabilidade LGBTQIA+” do MPT, que promove ações de qualificação e inclusão no trabalho da população LGBTQIA em maior vulnerabilidade. Gerente do projeto, ele explica que a iniciativa traduz o compromisso institucional de combate a discriminação, além de atender ao princípio da isonomia e da dignidade da pessoa humana. “Camadas sociais historicamente excluídas do acesso ao mercado tradicional de trabalho, à qualificação e à independência merecem peculiar atenção dos órgãos públicos e da sociedade civil organizada, principalmente para gerar oportunidades profissionais, incentivar a representatividade e a diversidade nas empresas, bem como buscar alternativas para uma legítima ascensão social”, explica o procurador.

A palestra de Rita Von Hunty aborda como essa exclusão histórica se realiza também por meio do discurso, mostrando formas de desconstruí-lo. “O tema das microagressões tem ganhado importância para debates sociais. Neste encontro, viso discutir quais processos históricos tornam grupos mais sujeitos à violência sistêmica e como tal violência aparece, por exemplo, no discurso e, a partir de trabalhos da psicologia social, traçar estratégias para identificar e desmontar falas microagressivas”, explica a artista.

Pesquisa da OIT sobre diversidade – A pesquisa “Diversidade Aprendiz” é parte do projeto “Diversidade Aprendiz: aprendizados para um futuro inclusivo”, que tem como objetivo ampliar a inserção de grupos excluídos pelo preconceito no mundo do trabalho. Para isso, a pesquisa buscou identificar, junto a empresas de diversos portes e setores, as dificuldades, barreiras de entrada, oportunidades e demandas necessárias para a promoção da diversidade e inclusão.

A oficial técnica em Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho para a América Latina e o Caribe da OIT, Thaís Dummet Faria apresentará os resultados da pesquisa aos internautas e ressalta que apesar de maioria das empresas participantes demonstrar uma preocupação em ampliar a sua diversidade, persistem desafios para promover a real inclusão de pessoas com características distintas. “A dificuldade é ainda maior quando falamos em grupos mais excluídos pelo preconceito historicamente construído, como pessoas transexuais”, explica.

Para ela, a criação de um ambiente laboral realmente inclusivo e amplo é um desafio. “Requer planejamento, esforço e consciência da desigualdade existente para encontrar estratégias de superação dessa realidade. A diversidade tem impactos, sociais e produtivos, já que os melhores resultados vêm de combinações de distintas formas de ver o mundo. Excluir talentos por não reconhecer nas pessoas suas capacidades é perder possibilidade de crescimento na perspectiva humana e econômica. Essa pesquisa, coordenada pelo Somos Diversidade, é reveladora e nos dá mais que pistas: revela alguns caminhos a seguir rumo a uma sociedade mais plural, como somos nós”, completa a pesquisadora.

Projeto Empregabilidade LGBTQIA+ – Promovida pelo MPT, a iniciativa busca incluir pessoas mais vulneráveis no mercado de trabalho, por meio do fomento de cursos profissionalizantes. Um exemplo de ação neste sentido é o projeto “Cozinha & Voz”, que oferta cursos de gastronomia e de expressão (oratória) para pessoas trans. Outro projeto de sucesso, promovido em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, é o Transgarçonne, que qualifica transsexuais para vagas de garçom e garçonete.

Além dessas ações externas de qualificação, o projeto tem também um viés pedagógico voltado ao público interno do MPT. “Nós temos uma parte interna que busca aproximar todos os membros, servidores, terceirizados e seguranças da temática LGBTQIA+, principalmente com referências de histórias de vida, referências de como tratar essas pessoas, como receber a comunidade LGBTQIA+ dentro na nossa instituição”, explica o procurador e gerente do projeto Rogério de Almeida Pinto Guimarães.

Ascom MPT

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