A estudante de jornalismo da Universidade Estadual da Bahia, Roseane Santos, em contato com nossa redação, relatou um momento tenso registrado na UPA- Unidade de Pronto Atendimento de Juazeiro nesta terça-feira (9). Um usuário, que aguardava para passar pelo médico, sentindo fortes dores de ouvido, se revoltou com a demora no atendimento e esmurrou a porta do consultório, contou Roseane.
“Cheguei agora (14 horas) aqui na UPA de Juazeiro, sentindo muitas dores de cabeça. Quando cheguei, tinha acabado de ocorrer uma situação inusitada. Devido à demora no atendimento, um paciente se revoltou por esperar passar pela triagem das 11 da manhã até às 14 horas e acabou agindo no impulso do momento. Ele se levantou, esmurrou a porta e quebrou com os próprios punhos, indo embora da unidade. O paciente estava sentindo fortes dores no ouvido. Ele pediu várias vezes, com paciência, para ser atendido, mas o médico só pedia para ele aguardar e ainda passou várias pessoas na frente dele. O homem não chegou à ferir ninguém. Só bateu na porta até quebrar e foi embora logo em seguida. As pessoas que presenciaram o ocorrido, disseram que o homem nem chegou a entrar na sala. Só arrombou a porta e foi embora”, relatou a estudante.
Ela atribuiu o descontrole do usuário a demora no atendimento da unidade, “que estava superlotada”.
“Isso ocorreu porque ele estava sentindo muita dor e não foi atendido. Pediu várias vezes para ser atendido e não obteve nem uma resposta. As pessoas que estavam presentes no local também estavam reclamando muito do descaso e da falta de empatia com os pacientes que só vão ao hospital porque precisam de um pronto socorro. O descaso com os atendimentos demorados da UPA, não é de hoje e nem de ontem. E as vezes se dá por falta de responsabilidade dos próprios funcionários”, criticou.
Roseane contou ainda que, por ordem do médico de plantão, os atendimentos só foram retomados após a chegada da polícia.
“O médico que estava no plantão veio falar para as pessoas que estavam aguardando que só iria retomas os atendimentos quando a polícia chegasse, pois não era a primeira vez que algo assim acontecia. Uma mulher que não quis ter seu nome identificado questionou ao médico:“ Doutor, e se a polícia demorar a chegar, vamos permanecer com dor aqui, ou vamos morrer sentados na cadeira até que chegue alguém? O interessante de tudo isso é que a polícia foi chamada para fazer a segurança do médico, então os pacientes não são ninguém. Aqui tem uma mulher que foi espancada pelo marido e a mesma está chorando para ver o filho que, segundo ela, está com o agressor. A polícia sequer foi chamada para ir atrás do agressor, mas quando um paciente se revolta por falta de empatia e responsabilidade, só os médicos precisam de segurança da polícia”, comentou a estudante.
Roseane finalizou seu relato dizendo que conseguiu ser atendida por volta das 16h15, depois que a polícia chegou na unidade.
“A unidade está lotada. Colocaram dois médicos para atender os pacientes. O médico que me atendeu nem perguntou direito o que eu tinha e já me passou para a sala de medicações. As pessoas estão esperando nos corredores, porque as salas de medicação estão lotadas”, concluiu a usuária.
Nós procuramos a Secretaria de Saúde de Juazeiro. O órgão esclareceu que “a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) segue o protocolo Manchester, que prioriza o atendimento de casos de emergência. O paciente em questão estava aguardando ser atendido e se descontrolou, quebrou equipamentos do consultório médico de maneira violenta, porque a equipe precisou atender um caso de emergência. Vale ressaltar que o atendimento do referido paciente estava dentro do prazo estimado pelo protocolo. O paciente fugiu, mas foi localizado pela Polícia Militar, que foi acionada pela equipe da UPA”.
Confira vídeo:
Redação PNB