Calamidade: Chuvas revelam a falta de estrutura e de serviços de manutenção em Juazeiro: “Esperam os estragos acontecerem para depois publicar que estão fazendo o trabalho deles”

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As chuvas que estão caindo no município de Juazeiro, na região Norte da Bahia, voltam a causar sérios transtornos à população e revelam uma cidade frágil, com inúmeros problemas estruturais. As consequências da falta de saneamento e pavimentação em diversos bairros da cidade ficam mais evidentes neste período.

Desde ontem (22), quando as chuvas se intensificaram, o PBN vem recebendo reclamações e apelos dos moradores que nos enviam vídeos registrando ruas alagadas, muita lama e canais transbordando. Em diferentes pontos da cidade, a situação é a mesma

A falta de serviços que deveriam ser rotineiros também agravam os problemas. Ruas esburacadas, cheias de lixo, sem capina, árvores sem podar, tudo isso tem um impacto maior no período chuvoso.

Dois dias de chuva e a situação é de calamidade pública. O trânsito fica ainda mais caótico, moradores ficam ilhados, casas e comércios são invadidos pela água da chuva, provocando desespero e prejuízos financeiros.

No bairro Tabuleiro, por exemplo, moradores da Rua 17 relatam que além da água empossada e da lama, também estão sofrendo com lixo acumulo já que o carro da coleta não está passando pelo local.

 

 

“Desde o início das chuvas a rua está ilhada, pois a água não tem por onde escorrer. Quando vem mais chuva, mais água acumula e vira uma lagoa que nunca seca. Além disso, também estamos com lixo acumulado, pois o carro da coleta não está passando para recolher o lixo. Precisamos que algo seja feito para tornar nossa rotina menos estressante, pois acordamos e já colocamos os pés dentro da lama. É de cortar o coração vermos as crianças sendo submetidas a irem para escola por dentro da lama. Sem falar das doenças que essa água empossada pode trazer para todos. Fica aqui nosso apelo para que a prefeitura de Juazeiro mande uma equipe vir até o local e planeje uma estratégia de escoamento dessa água”, cobrou a moradora Mônica Gomes.

No bairro Jardim dos Universitários, as aulas da Escola Municipal Maria de Lurdes Duarte tiveram que ser suspensas devido ao acúmulo de água no local, segundo a moradora Wilza Maria.

 

 

“Tem três dias, desde que começou a chover, que estamos ilhados. Até a escola municipal Maria de Lourdes Duarte está sem aula porque não tem como os alunos adentrarem o prédio. A gente não tem como sair de casa nem para ir trabalhar, pois não conseguimos tirar o carro da garagem. A água está praticamente invadindo as nossas residências e não é só água da chuva, é água de esgoto, fétida. É muito desolador você ter seu imóvel desvalorizado, porque simplesmente mora numa rua onde você não consegue exercer seu direito de ir e vir. Temos que ficar trancafiadas dentro da sua própria casa. Não pode sair sequer na calçada, exceto se você queira arriscar pegar uma leptospirose ou coisa pior. Outra coisa, a prefeita, com a equipe dela, está postando fotos, vídeos, afirmando que está dando assistência aos moradores da cidade, mas é uma grande inverdade porque eu como moradora do bairro tentei contato com o secretário Charles Leal, nunca obtive retorno. Eu pedi que disponibilizassem uma equipe para varrer as ruas, limpar o bairro, para evitar que a sujeira entupisse os bueiros, mas não me deram ouvidos. A gente vive isso há anos, e o que a gente cobra não é só uma solução definitiva, mas que também tem umas soluções preventivas que nunca vem. É sempre assim, eles esperam a chuva chegar, os estragos acontecerem, para sair depois publicando que estão fazendo o trabalho deles. Eles não estão fazendo trabalho nenhum. Eles não têm esse cuidado de prevenir”, criticou.

A situação se repete no bairro Antônio Conselheiro, segundo uma moradora.

 

 

“A água acumulou na Avenida Ludgero Alves de Souza e quase invadiu as residências. Fica difícil até de transitar. São muitos transtornos”, contou uma moradora.

No bairro Jardim Flórida, moradores reclamam que a gestão municipal realizou a pavimentação asfáltica apenas na metade da Rua 5.

 

“Deixaram a outra metade da rua sem calçamento e quando chove, vira essa lagoa de lama. Quando mais os carros passam, mais a rua afunda. A água já está chegando nas casas”, reclamou uma moradora.

No bairro Padre Vicente, as residências da Rua Verdes Mares foram invadidas pela água, como relatou o morador Welder Souza.

 

“Sempre que chove, minha casa é tomada pela água. Na chuva que deu no início do mês, a água invadiu a minha residência. A água fica retornando pelos ralos. Na ocasião, acionei o SAAE e também relatei que algumas bocas de lobo da rua estavam sem tampa, mas não fizeram nada. Dessa vez, a situação foi pior, pois a água subiu até o nível do rodapé da minha casa. Eu, minha esposa e minhas enteadas tivemos que sair de casa por conta do problema”, relatou o morador.

A moradora do bairro Jardim Vitória, Clarisce Sousa, conta que o canal que passa pelo bairro transbordou e até o momento nenhuma providência foi adotada pela gestão municipal.

“Eu moro na Rua Jasmim, e a frente da minha casa e de outros moradores está alagada. Aqui tem um canal que transbordou, e até agora não vi a prefeitura fazer nada. Estou há mais de 24 horas sem trabalhar. Não posso sair para comprar nem o pão das crianças. É um desrespeito com os moradores de Juazeiro. Esse ano é ano de eleição, e é hora de dar o troco. Um serviço simples poderia resolver o meu problema e de outros moradores”, cobrou.

Encaminhamos todas as reclamações para a gestão municipal. Em resposta, a Secretaria de Serviços Públicos (Sesp) informou que, “desde a primeira chuva da madrugada de quarta-feira está com equipes circulando pelas ruas para minimizar os impactos causados pelo grande volume de chuva e garantir a segurança dos cidadãos. As equipes estão desobstruindo ruas, limpando galerias e bueiros e restabelecendo a normalidade na cidade. O maquinário da Sesp também foi empregado nos locais mais afetados, contribuindo para a rápida normalização das vias. As equipes permanecerão mobilizadas e atentas, caso haja necessidade de desobstrução e limpeza de mais áreas atingidas”.

Sobre a suspensão das aulas na Escola Municipal Maria de Lourdes Duarte, a Secretaria de Educação e Juventude (Seduc) esclarece que, “em razão da chuva intensa na madrugada e parte da manhã desta sexta-feira (23), o acesso às instalações da unidade de ensino em questão foi inviabilizado pela grande quantidade de água no entorno. A Seduc informa ainda, que as aulas foram canceladas para garantir a segurança da comunidade escolar e reitera que as atividades pedagógicas retornarão regularmente a partir de segunda-feira (26)”.

Redação PNB

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