“Ela não se jogou”, afirma irmão de uma paciente que morreu, após cair de uma escada, no Hospital Psiquiátrico de Juazeiro; caso está sendo investigado pela PC

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Após mais de 10 dias internada no Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora de Fátima, em Juazeiro, Norte da Bahia, a paciente Elisa dos Santos Leite, de 31 anos, foi a óbito ao cair de uma escada de aproximadamente cinco metros e sofrer um traumatismo craniano. O caso aconteceu na noite do dia 24 de janeiro deste ano.

Diagnosticada com Transtorno Bipolar com perspectiva para esquizofrenia paranoide, Elisa morava em Senhor do Bonfim e foi transferida da UPA para o Hospital Psiquiátrico de Juazeiro, após um surto.

Em contato com o Portal Preto no Branco, o irmão de Elisa, Danilo Cruz, contou que a família só foi informada sobre o óbito no dia seguinte.

“Nós fomos informados sobre o óbito da minha irmã de uma maneira meio complicada, porque não recebemos a informação de primeira. Inicialmente disseram que ela estava estável, que ela estava ‘aos cuidados de Deus’, segundo disse a assistente social. Ela disse ainda que precisava do documento dela para removê-la para hospital de Traumas em Petrolina. No dia 25, minha mãe foi para Juazeiro e ela recebeu a notícia de que minha irmã tinha ido a óbito”, contou.

Danilo acusou ainda a direção do Hospital Psiquiátrico de negligência.

“A direção do hospital informou que a minha irmã tinha se lançado da escada abaixo, que ela tinha se suicidado. Disseram que, na manhã do dia 24, colocaram ela em um quarto reservado e, no horário do almoço, ela subiu e não voltou mais. A gente não acredita que ela tirou a própria vida. A gente acredita que houve negligência, que houve falta de cuidados maiores da parte deles. Eles não colocaram profissionais responsáveis, competentes para acompanharem ela da maneira correta, intensiva. De certa maneira, eles permitiram que isso acontecesse. Tenho certeza de que ela estava passando grandes lutas, grandes batalhas lá dentro, o que trouxe esse impacto todo e resultou na morte dela, da minha irmãzinha”.

Elisa deixou um filho de 11 anos, diagnosticado com TDH.

“Minha irmã era uma pessoa guerreira, batalhadora, esforçada, serva de Deus. Ela era muito empenhada em cuidar do seu filho, um menino com deficiência. Ela cuidava desse filho especial. Ela tinha objetivos, era muito sonhadora”, lembrou o irmão.

Danilo informou ainda que a família denunciou o caso na Delegacia de Polícia de Juazeiro, que deverá investigar a morte de Elisa. Pedindo justiça ele finalizou: Nós estamos levantando toda a documentação necessária, já levantamos o relatório e estamos em busca do prontuário. Contamos com o empenho da Justiça, da Polícia Civil, da Delegacia Territorial de Juazeiro, porque eles não quiseram ceder o prontuário. Nós queremos que a justiça seja feita, porque foi a vida de uma inocente. Ela não se jogou, temos convicção de que ela não se jogou. Nós estamos com a papelada que tem o resultado da necropsia e vamos passar para uma advogada da área criminal. Vamos tomar as providências cabíveis para que eles sejam punidos com o rigor da lei. Nós vamos lutar por justiça!,” reafirmou.

Relembre o caso

Segundo informações que chegaram ao Portal Preto no Branco na época do óbito de Elisa, no momento do ocorrido, a vítima estava sozinha e em surto psicótico. Fontes do PNB também afirmaram que a morte da paciente foi provocada por negligência da direção do Hospital Psiquiátrico.

“Ela estava em surto porque estava sem tomar os medicamentos. Há muito tempo vem faltando medicamentos no hospital. Além disso, no momento da queda, ela estava sem companhia de um profissional, pois atualmente tem apenas um técnico e uma técnica para cuidar de 40 a 50 pacientes. Um absurdo! Além disso, aquela escada sempre representou risco para os pacientes. Muitos funcionários já haviam pedido que a direção fizesse o isolamento da mesma, o que até agora não foi feito”, contou a fonte.

Na ocasião, o Portal Preto no Branco também ouviu a Polícia Civil, que confirmou que foi acionada para atender a ocorrência e esteve no local.

Nós deixamos mensagem com um pedido de resposta para o diretor da instituição que, mesmo visualizando a solicitação, e não nos respondeu.

Seguiremos acompanhando o caso.

Redação PNB

 

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