“A Praça Dedé Caxias virou hotel, moradia do pessoal em situação de rua. Está suja, tem lixo por toda parte. Sentar nos bancos não podemos, porque viraram cama e acumulam lixo em cima. Que o órgão responsável por essa área venha da uma fiscalizada e resolver o problema, por favor”, este foi o relato que recebemos de um morador das proximidades da praça, situada na Avenida Adolfo Viana, em Juazeiro.
O “problema” citado pelo morador é social e atenta contra a dignidade humana. Pessoas em situação de rua, em total estado de vulnerabilidade, ocupam os diversos espaços públicos de Juazeiro.
Não é “higienizando” estes espaços que se resolve, mas com a elaboração de um diagnóstico da população em situação de rua e a implementação de políticas públicas que envolvam os segmentos da Assistência Social, Combate à Fome, Trabalho e Emprego, Educação, Saúde, Justiça e Segurança Pública.
Somente através de ações efetivas dos poderes públicos esses cidadãos e cidadãs sairão da invisibilidade e terão a oportunidade de reinserção na sociedade.
Estamos encaminhando a observação do leitor para a pasta da Assistência Social, em Juazeiro.
Pessoas em situação de rua no Brasil
Um levantamento feito pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/POLOS-UFMG), em 2024, revelou que 300.868 pessoas viviam em situação de rua em todo o Brasil. Em dezembro de 2023, esse total era de 242.756 pessoas.
De acordo com o levantamento, 69% das pessoas em situação de rua que estão registradas no CadÚnico são negras. A maioria dessas pessoas é também do sexo masculino (85%) e se encontra na faixa etária entre 18 e 59 anos (87% do total), sobrevivendo com até R$ 109 por mês (85%).
Dessa população, 14% apresentam alguma deficiência e a maior parte (42%) tem ensino fundamental incompleto.