Morreu nesta quinta-feira (24), em São Paulo, o multiartista Edivaldo Souza, Edy Star, 87 anos. Ele estava internado em estado grave e morreu em decorrência de insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda e pancreatite aguda.
Nascido em Juazeiro, Norte da Bahia, mudou-se da cidade natal após completar 1 ano de idade, quando foi morar em Salvador. Da capital do estado, ganhou o mundo e residiu no Rio de Janeiro, São Paulo e na Espanha.
Irreverente e vanguardista, Star era um artista performático trabalhou com circo, teatro, música, rádio e televisão, sempre mantendo um estilo debochado, próximo da chanchada, do cabaré e teatro de revista.
Edy foi conhecido por ter feito parte da Sociedade da Grã-Ordem Kavernista, bem como pelas suas apresentações que misturavam diversos estilos debochados de teatro e que desafiavam as convenções sociais relativas à sexualidade. Por isso mesmo, ficou famoso por ter sido o primeiro artista brasileiro a revelar a sua homossexualidade.
Em 1971 juntou-se com Raul Seixas, Miriam Batucada (1947 – 1994) e Sérgio Sampaio (1947 – 1994) na gravação do álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das 10, título anárquico da discografia brasileira, cercado de lendas sobre a feitura e a edição.
Ícone gay da contracultura brasileira, Edy Star manteve hasteada a bandeira da liberdade desde a infância e adolescência passadas na Bahia até os últimos anos vividos em São Paulo (SP). No Rio de Janeiro (RJ), o performático intérprete barbarizou na década de 1970 em shows em boates da marginalizada região central.
Foi também no Rio de Janeiro que Star gravou e lançou em 1974 o primeiro álbum solo, …Sweet Edy…, com músicas inéditas de medalhões da MPB como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Roberto Carlos em parceria com Erasmo Carlos (1941 – 2023). Em…Sweet Edy…, Star mergulhou no universo do glam rock gringo, mas com o sabor tropical do Brasil e da América Latina.
Edy é parceiro de Gilberto Gil em Procissão (1965), um dos primeiros sucessos de Gil. O artista conseguiu o crédito de coautor da música nos anos 2010 após acordo com Gil.
Após quase duas décadas no exterior, retornou ao Brasil e retomou a carreira musical. Lançou “Cabaré Star”, produzido por Zeca Baleiro, em 2017, e “Meu amigo Sergio Sampaio” em 2023. No mesmo ano de 2017, relançou “Sweet Edy”, com participações de Ney Matogrosso e Caetano Veloso.
Edy Star, símbolo de resistência, liberdade e expressão na cultura nacional.
Redação PNB, com informações G1