“O pânico aqui foi geral”: Promoter e jornalista juazeirense, Dadau Barbosa, relata caos em Portugal durante apagão que paralisou parte da Europa

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Na manhã da última segunda-feira (28), um blecaute de grandes proporções deixou milhões de pessoas sem energia elétrica em Portugal e Espanha, com impactos que reverberaram em outros países da Europa. A falha, que começou às 11h33 (horário local), causou o colapso do sistema elétrico espanhol, isolando a Península Ibérica da rede de distribuição europeia. Autoridades inicialmente suspeitaram de um ataque cibernético, mas investigações descartaram essa hipótese, apontando para uma falha técnica brusca em uma linha de alta tensão interligada ao sistema europeu.

O apagão levanta questionamentos sobre segurança energética na Europa, expondo a fragilidade das infraestruturas energéticas diante de eventos inesperados e reacendendo o debate sobre a falta de planos de contingência em algumas nações do bloco. Em Portugal, o caos foi imediato: sistemas de transporte, telecomunicações e abastecimento foram severamente afetados.

O jornalista e promotor de eventos juazeirense, Dadau Barbosa, que há cerca de um mês, está em solo português, descreveu os momentos de incerteza e tensão vividos pela população.

De Lisboa, ele relatou em detalhes ao PNB o impacto direto sobre a população portuguesa e as incertezas geradas pela falha elétrica.

“O pânico foi geral aqui em Portugal. Agora a situação já está sob controle. Faltou energia exatamente às 11:33h de ontem. O governo suspeitou de ataque cibernético (fez lembrar aquela medida de emergência da UE), mas a inteligência cibernética aqui descartou qualquer sinal de ataque, pois não registraram nenhuma invasão pelos seus sistemas. As pessoas têm dúvidas se isso é mesmo verdade, ou se é cautela do governo pra evitar pânico,” contou.

Dadau destacou a reação imediata da população, que foi surpreendida por uma crise sem precedentes:

“Aqui fomos dormir no escuro, sem expectativa de que poderia ocorrer. Falava-se que a escuridão poderia durar até 10 dias — aí seria caos total. Precavidas, ainda ontem, as pessoas começaram a estocar água e já há um desabastecimento. Os aeroportos só reabriram hoje na madrugada. Ninguém entrava ou saía. Quem chegou de viagem não teve como ir pra casa, não havia Uber e táxi, porque dependem de energia e rede de internet para funcionar,” descreveu o juazeirense.

O jornalista ainda relatou episódios de tensão nos aeroportos.

“O governo pedia pra não irem pro aeroporto, mas as pessoas que viajariam na madrugada estavam indo de qualquer forma, e isso complicou muito. Distribuíram água para crianças e idosos no aeroporto, mas os adultos caíram em cima e gerou o maior transtorno — tiveram que suspender”.

Segundo ele, a falta de infraestrutura emergencial contribuiu para agravar a situação.

“Gerador aqui não existe, praticamente. Não há panes, por isso o país não se prepara para crises energéticas. Os prédios só de escada, pra ir pra casa. As pessoas estavam sem tomar café, porque tudo aqui é elétrico. E isso é um grande problema para os portugueses, que tomam café por minuto e fumam. Foi um caos! Mas tudo está normalizando, a cidade ganha novamente a rotina,” disse Dadau.

Ele ainda acrescentou o que se fala no país sobre as possíveis causas do apagão.

“Pode ter sido uma vibração atmosférica extrema, causada pelo aquecimento global. Mas o que está confirmado mesmo, tecnicamente, é que houve uma interrupção brusca em uma das linhas de alta tensão que faz a interligação com a Europa. A Europa tem uma Rede Europeia de Operadores de Sistemas de Transmissão de Eletricidade (ENTSO-E) que interliga basicamente todos os países europeus, à exceção da Grã-Bretanha, Irlanda, Irlanda do Norte, Islândia, Países Bálticos, Chipre e Malta.”

Para ele, o episódio deixou uma lição importante para o continente: “Faltou mesmo um plano de contingência, os famosos planos B aí no Brasil. A Europa precisa se acostumar a ter esses planos, porque o mundo mudou e está com super demandas, em todos os setores. Não dá pra dormir na tranquilidade europeia — o mundo está em erupção política, social e ambiental. Isso muda tudo”, opinou.

Por fim, o jornalista também apontou os reflexos políticos da crise: “Hoje os canais de comunicação estão em guerra: De quem é a culpa? O governo português está sendo alvo de muitos ataques na mídia, afinal, como no Brasil, as oposições se manifestam e não dão tréguas. Ainda mais agora que o país está em campanha eleitoral. Haverá eleições novas, para substituir o atual primeiro-ministro, que foi deposto, acusado de interesse cruzado em negócios pertencentes à sua família. Mesmo assim, Luiz Montenegro se mantém no cargo, interinamente, até as eleições agora em maio. Ele é candidato novamente e tem grandes chances de se reeleger. Enquanto a Europa tenta entender as causas do blecaute e se preparar para futuras emergências, o alerta permanece: os sistemas precisam de maior resiliência diante de um cenário global cada vez mais instável”, concluiu Dadau Barbosa.

Redação PNB

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