Caso Beatriz: Nove meses e a polícia não consegue dar nenhuma luz as investigações

Chegando aos nove meses do assassinato brutal da menina Beatriz Angélica, de sete anos, durante uma festa no Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina (PE), a polícia civil reuniu a imprensa do Vale do São Francisco para, em mais uma coletiva, que aconteceu na tarde de hoje (08), apresentar “novidades” das investigações.

O Delegado Marceone Ferreira e o perito Gilmário Lima, apresentaram alguns detalhes do andamento do trabalho que, ao que parece, não avançou muito.

Do que já não se sabia apenas foi revelado que foram realizados 65 exames comparativos de DNA em pessoas suspeitas e dos resultados já recebidos nenhum deu positivo.

Segundo o delegado foram encontrados dois perfis de DNA de homens. Um coletado em baixo da unha da vítima e outro no cabo da faca.  Também foi constatado, através da perícia, que a faca usada no crime era nova e teria sido utilizada apenas para esta finalidade.

Na entrevista, o Delegado falou sobre sua total dedicação as investigações na tentativa de solucionar o brutal e misterioso crime. Tentativas frustradas, que vêm gerando na comunidade uma sensação de que estamos diante de um “crime perfeito”, cada dia mais longe de ser solucionado.
O delegado liberou a divulgação de um vídeo antigo, onde um possível suspeito transita pelos arredores da escola e entra na quadra do colégio Maria Auxiliadora, 20 minutos antes do sumiço da criança.
As imagens foram capturadas e cedidas por estabelecimentos comerciais localizados na área, já que a instituição não dispunha de câmeras de segurança no dia do ocorrido.
Ainda de acordo com o Delegado Marceone, antes da divulgação dessas imagens, as 11 testemunhas que passaram pelo bebedouro e viram um homem suspeito, foram convidadas a analisar o vídeo e confirmaram que havia semelhanças entre o homem de camisa verde que aparece nas imagens e o estranho visto no bebedouro.

O Delegado afirmou que as testemunhas disseram que o estranho tinha um olhar intimidador e circulava, livremente, pela área do bebedouro enquanto a festa acontecia.
Outro passo das investigações foi a realização de uma reprodução simulada com testemunhas e “suspeitos”. Suspeitos, diga-se de passagem, que o Delegado não conseguiu explicar muito bem quem seriam. Até agora 180 pessoas foram ouvidas.
Sobre o desejo de manifestantes em relação a sua saída do caso, o delegado disse que respeita a opinião do grupo, mas acredita que uma substituição pode prejudicar o andamento das investigações, que teriam que começar do zero.
Amanhã (9) os manifestantes voltarão as ruas de Petrolina, às 7h, para mais um ato de protesto. Desta vez, a manifestação sairá do Armazém Paraíba, próximo ao “monumento da besteira” e seguirá em direção à delegacia, onde os manifestantes irão cobrar esclarecimentos do Delegado Marceone.

Na convocação geral para o ato, os organizadores afirmam: “iremos à delegacia cobrar esclarecimentos do delegado Marceone. O porquê, até o momento, havendo suspeitos, não houve nenhuma prisão. De lá, partiremos para o Fórum, cobrar do MP esclarecimentos em respeito às ações da Força Tarefa designada para o caso, fiscalização do trabalho da polícia e substituição do delegado”.