A Tocha Olímpica vai deixar um bom rastro pela região. Os motoristas que circulam pela BA 210, no trecho que liga Juazeiro a Sobradinho, vão poder viajar livres dos buracos que tomaram conta da rodovia. Pelo menos por um tempo. A obra apressada não deve durar muito, mas dará certo alívio por uns dias. Que lástima!
Foram muitos os prejuízos materiais, os acidentes, transtornos de toda sorte ou azar.
É tamanho o descaso com a estrada, que nem parece que a rodovia, que proporciona o escoamento da produção agrícola de empresas, projetos e pequenos produtores de Sento-Sé, Sobradinho e Salitre, têm alguma importância para o poder público arrecadador. No entanto, os órgãos arrecadadores, fortemente protegidos pela força policial, estão sempre em operação nos trechos da rodovia. Sempre à espreita e de caneta na mão para multar os motoristas, cobrando por um serviço que não presta.
As reclamações de quem precisa utilizar a estrada diariamente não são ouvidas. Ou se faz “ouvido de mercador”. Mas aí chegou a tocha…
Ficaria muito feio mesmo não fazer pelo menos uma “maquiagem”. A imagem da região perante o mundo ganharia uma “visibilidade” bastante negativa. Os visitantes falariam muito mal de nós.
As prefeituras de Juazeiro e Sobradinho, em parceria com o Governo do Estado, executaram um serviço tardio de “tapa buracos”. Uma parceria que se apressou por conta da passagem do símbolo olímpico e que já deveria ter acontecido bem antes.
Mas assim os poderes públicos provaram que com boa vontade e decisão política, é possível resolver os problemas que afligem as comunidades.
Brasil a fora foi assim… Por onde a tocha passou deixou cidades mais limpas, iluminadas, praças mais arrumadas, serviços de pintura de meio fio, capina, calçamento ajeitado. Pelo menos por uns dias. Que lástima!
Tudo bem! Foram intervenções “meia sola”. “Obras” que provavelmente serão desfeitas em pouco tempo. Mas que deixaram também uma lição: O serviço de casa pode e deve ser feito diariamente. De tocha em tocha, de evento em evento, não dá!
Arrumar a casa para a visita é uma gentileza, um gesto de boa educação. Mas já que quem paga são os moradores, essa limpeza pode e deve ser providenciada pelos gestores sempre que necessário.
Por Sibelle Fonseca