O duelo entre Rui Costa e ACM Neto vinha sendo travado desde a vitória eleitoral do governador em 2014. O desafio do prefeito era se reeleger bem. Fez isso. No começo desta disputa há expectativa era de que seria bom para Salvador e para a Bahia. Ora, se os dois resolvessem trabalhar muito para mostrar serviço quem se beneficiaria seria a população. Ok, começou assim, mas depois veio a disputa política. Foi um tal de segurar alvará daqui e amarrar recurso de lá que atravancou um bocado de obras que poderiam já estar adiantas. Resta saber como serão os dois próximos anos. Se os dois polos da política baiana resolveram suas diferenças materializando projetos ou se optaram por picunhas improdutivas sem pensar no que importa: o povo baiano.
Assédio fisiológico
Nas rodas políticas está consagrada a mudança de ambiente no país. Primeiro, a base do governo disputou as eleições municipais de 2012 tendo a banda “a”, a banda “b” e as vezes até a “c”. Isso quer dizer que os principais candidatos eram do arco de aliança governista. No balanço feito por Neto com os deputados estaduais da oposição o cenário descrito foi outro. A divisão está posta e o palanque que andava faltando voltou a existir para o agrupamento. A partir de 2017, volta a cena o jogo do salto. Negociações abertas e espaços serão discutidos. Não serão poucas as mudanças, disso ninguém duvida.
Lideranças
Poucas modificações devem ocorrer na Assembleia Legislativa quando o assunto é o comando das lideranças de bancada e as lideranças partidárias. Em termos da sigla, a mexida nítida vai acontecer no PSD, pois dois nomes articuladores dos pessedistas, Rogério Andrande (PSD) e Robério Oliviera (PSD) estarão fora dos quadros legislativos em 2017. Dois nomes surgem para assumir o posto: da deputada Ivana Bastos e do deputado Alex da Piatã (PSD).
Queda de braço
Falando em Alex, a queda de braço entre ele e Tom Araújo (DEM) em Conceição do Coité resultou em um dado curioso. Quando o pessedista e o democrata municipalizaram a disputa para deputado estadual em 2014, Alex conseguiu 2.537 a mais que Tom. Em 2016, Assis (PT) – aliado do político do PSD – emplacou uma frente semelhante de 2.564 votos em Vertinho (DEM). Pelo visto, em dois anos, o cenário, dada a proporção, se manteve semelhante.
Deputados no embaraço
Alguns parlamentares estaduais terão que remar contra a maré de azar que chegou a seus pés em 2016. Neusa Cadore e Joesildo Ramos, ambos do PT, terão que se rebolar para reconstruírem suas bases. Perderam as prefeituras de Pintadas e Alagoinhas, respectivamente. Outro que está com a mão na cabeça é Alex Lima. A santíssima trindade que sustentava sua campanha não permaneceu: perdeu em Esplanada (seu irmão era candidato a reeleição), Entre Rios e Rio Real. Gika Lopes (PT) também perdeu seu espaço em Serrinha. Osni não conseguiu emplacar seu sucessor nas bandas da terra da vaquejada.
Juntos e abraçados
Os vereadores de Salvador Antônio Mário (PSC) e Euvaldo Jorge (PPS) brigaram tanto, tanto, mas tanto por Valéria… Um não topava com o outro na Câmara. Viviam igual a Tom e Jerry. Resultado: nem Chico e nem Francisco. Os dois tentaram reeleição e ficaram de mão abanando sem mandato na Câmara. Quem saiu bem no bairro foi Henrique Carballal (PV). No vácuo de Euvaldo, o novo verde conquistou uma liderança comunitária importante. Agora, Valéria espera pelo trabalho.
Novo líder?
É crescente pelos corredores da Câmara de Salvador o nome de Duda Sanches (DEM) para assumir o cargo de líder do governo. Muito provável que vários cargos do legislativo sejam modificados a partir de 2017. O desempenho eleitoral do filho do deputado Alan Sanches (DEM) chamou a atenção dos pares. Resta saber se terá trânsito o suficiente para poder articular votações importantes. Uma vantagem, caso assuma a bancada: tem ampla maioria, com folga. Duda é novo e ainda precisa ser testado na articulação, embora faça o movimento, tem quem acredite que a liderança ficará com um edil mais experiente.
Mais nova, mais velho
Ainda falando da Câmara de Salvador, eis uma curiosidade: a vereadora mais nova da próxima legislatura é a novata Marcelle Moares (PV) com 24 anos e o mais velho o vereador Edvaldo Brito (PSD) com 79 anos. Analisar os perfis dos dois mostra o abismo que existe em termos de experiência de vida e de política entre os políticos. Brito assumiu o posto, pois Waldir Pires (PT), até então o mais velho, não topou a reeleição e Pedrinho Pepe (PMDB) não foi reeleito.
Crescente do PSD
O senador Otto Alencar (PSD) começa a se cacifar a cada dia que passa. O poder do pessedista baiano perpassa não só pelas prefeituras, como também em número de vereadores eleitos pela Bahia afora. Na hora do grão em grão os edis municipais podem ajudar bastante a “galinha encher o papo”. O partido vai querer uma senhora participação na chapa majoritária de qualquer um dos lados que penda. Isso você, caro leitor, pode ter certeza. Diz Otto que fica onde está.
“Zona azul no apagar das luzes “
O prefeito de Lauro de Freitas Márcio Paiva (PP) teve 4 anos para licitar a Zona Azul em seu município, pois bem,,depois de entregar a cadeira de comando do Executivo para a petista Moema Gramacho não é que ele resolveu disparar o processo de licitação para lotear as áreas de estacionamento da cidade. Fontes do Bocão News já comentam a movimentação de alguns “players “conhecidos do mercado. Tudo, ao que parece, está nos devidos lugares, no melhor estilo item por item no edital. Como quem avisa amigo é: cuidado com os arapongas, prefeito.
Leão na jaula?
Quem saiu um tanto fragilizado foi João Leão (PP). Os números de prefeituras que contaram com seu apoio não foram satisfatório. Teve cidade comemorando vitória até enjaulando um felino. Pegou mal para o vice-governador bonitão. Se não é mais o rei da selva, tampouco pode ser menosprezado. Está em silêncio, mas não se enganem, ainda se rugir.
Claudia Kardashian
Talvez quem só acompanhe política não entenda a referência, mas entre os adoradores do pop, é inevitável a comparação: reeleita prefeita de Porto Seguro, Claudia Oliveira (PSD) está dando adeus ao apelido do famoso e controverso “agulhão”. Recauchutada, está mais para Claudia Kardashian. O que deixa a desejar, porém, é o marido – que está longe, bem longe, de Kanye West.
Toma lá, toma lá
Na última semana teve apresentador de TV tendo que digerir um “direito de resposta”. Ora, para quem não disputa eleição direito de resposta é sinal de serviço feito errado. O que é sempre constrangedor. Na segunda o vereador vai responder sobre os “livros”. Por enquanto, trata-se de códigos, mas logo serão decodificados. Fiquem tranquilos ansiosos leitores.
Bocão News