Vamos “humanizar” o cachorro e respeitar o homem nu

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“Um cachorro morder um homem não é notícia. Mas um homem morder um cachorro, é”, a citação pode até justificar os mais incautos e sem compromisso com a função social da imprensa, que estão divulgando fotos e vídeos de um homem que corre despido pela BR-407, na Cohab Massangano, em Petrolina-PE.

Realmente não é comum uma cena desta. Seria mesmo crime de “ato obsceno ” andar nu em vias públicas, segundo o código penal brasileiro (ART 233).

Nas redes sociais a cena “viralizou” e chovem comentários maldosos, precipitados e desumanos, que julgam o homem sem sequer querer saber quem é ele e qual o seu estado de saúde. Estaria em sofrimento psíquico o rapaz? a família precisa de ajuda para seu tratamento?

Likes, acessos, curtidas e algo que o valha. É isso que se pretende.

A exploração irresponsável e criminosa desta e de outras imagens parecidas nas redes sociais, passou dos limites. Mas as redes sociais, como estão sendo utilizadas, são  mesmo um “sub mundo”, onde anônimos revelam seus mais primitivos instintos. Terra sem lei, sem regras, sem princípios.

Preocupante é quando os veículos oficiais de comunicação, também para ganharem acessos e notoriedade, reproduzem tamanha desumanidade, servindo um banquete para os leitores que aprovam uma imprensa sensacionalista e que gozam vendo  “espetáculos” assim.

Noticiar o incomum é missão da imprensa sim, mas isso com o mínimo de bom senso, ética e respeito aos envolvidos.

O desprezo pela dor do ser humano e pela sua dignidade, beira a estupidez e é lamentável de se ver, viver e de se reconhecer.

Tenho andado assustada com o que vejo ultimamente. Tenho me envergonhado com o que observo na mídia brasileira e regional.

A falta de princípios e valores das redes sociais contaminou a imprensa, que está adoecida, em crise, em profunda crise. Elas, as redes sociais, estão sendo fonte principal de alguns veículos, que não aprofundam os conteúdos e sequer apuram a veracidade da informação. Um horror!

É preciso que se salve a dignidade da imprensa e isso é urgente! É necessário que se resgate o seu importante papel, resgatando a sua credibilidade e força. Vamos “humanizar” o cachorro e também respeitar o homem e a mulher , nus ou vestidos. Sãos ou doentes, acidentados, fragilizados, expostos. Porque fora disso é “salve-se quem puder”.

Redação – Sibelle Fonseca

2 COMENTÁRIOS

  1. Concordo, vinculação da parte da mídia com o noticiário sem o interruptor em na preservação da dignidade humana, é notável e preocupante. A mídia poder um instrumento de empoderamento dacivilidade, todavia, sendo usada de forma desumana, provoca o entorpecimento do senso crítico.

  2. Concordo, a vinculação de parte da mídia com o noticiário sem o interesse na preservação da dignidade humana, é notável e preocupante. A mídia pode ser um instrumento de empoderamento dá civilidade
    , todavia, sendo usada de forma desumana, provoca o entorpecimento do senso crítico.

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